Mais de cem policiais civis deflagraram a Operação “falso 9”, que desarticulou um esquema de estelionato responsável por desviar salários de jogadores do Brasileirão. O valor desviado passa de R$ 1 milhão, sendo que R$ 135 mil foram recuperados e bloqueados preventivamente.
Ao todo, foram cumpridos 33 mandados judiciais, sendo 22 de busca e apreensão, nove de prisão preventiva e dois de prisão temporária, em cinco cidades de quatro estados, nesta terça-feira (24).
Gabigol seria uma das vítimas do esquema
De acordo com as investigações, uma das vítimas seria o atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, atualmente no Cruzeiro. A reportagem tenta contato com a assessoria do atleta e aguarda retorno.
As investigações começaram em janeiro deste ano, após o setor de prevenção à fraude de uma instituição financeira identificar irregularidades em operações de portabilidade salarial de atletas.
Como funcionava o golpe?
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o grupo criminoso abria contas bancárias usando documentos falsos em nome de jogadores. Com isso, solicitava a portabilidade dos salários dos atletas para as contas fraudulentas.
Depois que os valores eram transferidos, o dinheiro era rapidamente movimentado para outras contas ou sacado, dificultando o rastreamento.
Os criminosos utilizaram pessoas físicas e jurídicas para movimentar o dinheiro. Entre os beneficiários já identificados, estão empresas com sede em Cuiabá (MT) e Porto Velho (RO). Só essas movimentações somaram mais de R$ 287 mil.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em: Almirante Tamandaré (PR). Curitiba (PR), Cuiabá (MT), Lábrea (AM) e em Porto Velho (RO).
Ação conjunta das Polícias Civis
Participaram da operação as Polícias Civis de Rondônia, Paraná, Amazonas e Mato Grosso. Para os responsáveis pela investigação, a operação reforça a importância da integração entre os estados no combate a fraudes digitais.
A criminalidade digital atinge a todos, e a resposta da polícia judiciária é fundamental para proteger a sociedade, afirmou o delegado Thiago Pereira Lima, da Polícia Civil do Paraná.
O nome da operação faz referência à tática do futebol “falso 9”, usada para enganar defesas adversárias, uma analogia ao método usado pelo grupo para se passar por atletas e aplicar os golpes.
*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos