Seis suspeitos de envolvimento no ataque a tiros, na Serra, que terminou na morte de Alice Rodrigues, de 6 anos, estão foragidos e são procurados pela polícia. Parte do grupo teria fugido para o Rio de Janeiro.
Em entrevista nesta quarta-feira (28), o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa do município, delegado Rodrigo Sandi Mori, explicou que todos os envolvidos no ataque já foram identificados. Três intermediários do crime e três executores já foram presos.
Entre os foragidos estão os três mandantes do crime e outros três executores:
- Sérgio Raimundo Soares da Silva Filho (mandante);
- Carlos Alberto dos Santos Gonçalves Júnior (mandante);
- Ryan Alves Cardoso (mandante);
- Os executores foragidos não tiveram os nomes divulgados.
Carro da família da criança foi confundido
A criança morreu após o carro da família ser confundido por criminosos durante um ataque a uma facção rival, segundo aponta a investigação da Polícia Civil. A família voltava da praia quando se deparou com o carro dos criminosos.
De acordo com o delegado, como o carro dos alvos e o da família eram da mesma cor, os criminosos imediatamente começaram a atirar. Eles só pararam quando o pai da criança saiu do carro e suplicou para cessarem o ataque. Alice chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Ao todo, 12 pessoas participaram do crime. A polícia, no entanto, não descarta a possibilidade de outros envolvidos.
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Segundo o delegado, Sérgio é um dos líderes do tráfico de drogas nos bairros Industrial, em Viana, e São Diogo, na Serra. Ele também é apontado como um dos integrantes da cúpula da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Carlos Alberto, de acordo com a polícia, era membro da facção Terceiro Comando Puro (TCP) e teria migrado para o PCV. Ele seria o responsável por diversos ataques que ocorreram na região de Nova Almeida, entre 2023 e 2024. Já Ryan seria um dos líderes do tráfico em Lagoa de Carapebus.
Os três teriam se unido para expandir a área de atuação, que atualmente é dominada pelo TCP. Eles teriam fugido para o Rio de Janeiro e são procurados.
Eles teriam contratado Marlon Furtado Castro e Maik Rodrigues Furtado para identificar alvos a serem executados e escolher quem do grupo do tráfico cometeria o ataque. A dupla, que já foi presa, também teria que disponibilizar as armas.
Parte do armamento ficava escondida na casa da advogada Marina de Paula dos Santos, também presa. Ela é companheira de Marlon e, segundo a polícia, também trazia recados do sistema prisional para o grupo.
Marina e Marlon teriam contratado Arthur Folli Rocha, também já preso, por R$ 100 para vigiar a movimentação de viaturas entre Novo Horizonte e Balneário Carapebus.
Ainda segundo a investigação, Marlon e Maik teriam contratado Izaque de Oliveira Moreira para dar fuga ao grupo, caso algo desse errado no ataque aos rivais. Ele teria tentado ajudar Pedro Henrique dos Santos Neves, um dos executores, na fuga, mas os dois acabaram presos.
O caso segue em investigação.