
Uma operação da Polícia Civil flagrou uma família vivendo em situação análoga à escravidão em um prédio em Maruípe, Vitória. No local, também foram encontrados sete cães em situação de abandono e maus-tratos. Um deles já estava morto no local, que não tinha água nem comida.
As equipes, compostas pela Polícia Civil por meio da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DEPMA) em conjunto com a Prefeitura de Vitória e da CPI dos Maus-Tratos da Assembleia Legislativa, foram até o endereço após o recebimento de denúncias feitas por uma moradora.
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Em imagens divulgadas pela Polícia Civil é possível perceber que a família, composta por pai, mãe grávida e quatro filhos, estava morando em um ambiente com sujeira, partes da estrutura do prédio exposta, sem água ou comida.
Veja vídeo:
O titular da DEPMA, delegado Marcelo Nolasco, descreveu que a equipe verificou que havia uma família morando no local e que as pessoas poderiam estar vivendo em condição análoga à escravidão.
“Após verificar essa situação, acionamos a Polícia Federal, que tem atribuição para investigar e apurar esse tipo de crime. Uma equipe se deslocou até o local e fará toda a análise da situação”, explicou Nolasco.
O delegado descreveu ainda que o homem resgatado seria um funcionário do dono do prédio e receberia o valor de R$ 1 mil por mês para trabalhar sete dias por semana.
Isso configura uma situação de escravatura, de um crime de redução à condição análoga de escravos. A mulher narrou que o marido trabalha de segunda a segunda, não tem sábado, não tem domingo e recebia R$ 1 mil de salário. Ela fala que eles moram sem pagar, mas o marido trabalha o dia todo na empresa e a noite como vigilante, narrou o delegado.
Animais estavam em situação de maus-tratos
No local, a Polícia Civil localizou um cachorro morto e outros seis cães com sinais de maus-tratos. O animal morto teria ficado preso acorrentado em um quarto por pelo menos um mês, sem água e sem comida.
“Chegamos aqui e vimos uma situação muito pior do que poderíamos imaginar. Dos sete animais, um estava morto e trancado em um ambiente confinado. Ele morreu de fome e sede em meio a fezes”, descreve o delegado Nolasco.
O responsável pelos animais não estava no local, mas foi identificado e a conduta será apurada durante o curso do inquérito policial. Os animais foram resgatados e ficarão sob os cuidados da Gerência de Bem-Estar Animal da Prefeitura de Vitória.
Uma equipe da Polícia Federal foi acionada para comparecer até o endereço e apurar se a situação configura trabalho escravo análogo à escravidão.
*Com informações da repórter Luciana Leicht, da TV Vitória/ Record