Grande Santa Rita

Polícia segue à procura de Nego Stanley, um mês após mortes em Vila Velha

Nego Stanley é apontado como o principal suspeito de ordenar os ataques criminosos em Vila Velha

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Stanley dos Santos da Silva (Foto/Divulgação: Polícia Civil)
Stanley dos Santos da Silva. Foto: Polícia Civil/Divulgação

Um mês após o ataque a tiros que matou a estudante Sophia Vial, de 15 anos, e a manicure Andressa Conceição, 31 anos, a Polícia Civil segue à procura do traficante Stanley dos Santos da Silva, mais conhecido como Nego Stanley.

O ataque a tiros que matou Sophia e Andressa teria sido motivado pela guerra das facções envolvendo o Primeiro Comando de Vitória (PCV) e o Terceiro Comando Puro (TCP).

Nego Stanley, apontado como o principal suspeito de ordenar os ataques criminosos, é um dos líderes do Primeiro Comando de Vitória (PCV) envolvidos na disputa pelo controle do tráfico de drogas na Grande Santa Rita.

Segundo informações da Polícia Civil, obtidas pela reportagem da TV Vitória, nas últimas semanas, as equipes intensificaram as investigações e estiveram em busca do criminoso até mesmo no Rio de Janeiro.

O adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Cleudes Junior, explica que investigações apontam que Nego Stanley é responsável por outros ataques.

Não só nesse ataque, mas também em outros ataques, inclusive nos ocorridos em Zumbi de Palmares, que é TCP, facção rival, e então nesse caso nós começamos uma linha de investigação e ainda estamos investigando não só o Stanley, mas outros responsáveis pela estrutura hierárquica que fomentaram esses ataques.”

Cleudes Junior, delegado

Pouco tempo após o ataque, a Polícia Civil já havia conseguir dois adolescentes que foram qualificados como os executores.

Diante das apreensões, o órgão conseguiu reconstituir a dinâmica do ataque, sendo possível a confirmação de que os adolescentes agiram sob ordens dos integrantes da facção.

“Nos diligenciamos até o estado do Rio de Janeiro, para dar cumprimento ao mandado de prisão em desfavor do Stanley. Localizamos a casa em que ele estava, só que ele não estava na residência. Ele continua foragido e estamos ainda enveredando os esforços para poder localizar e prendê-lo”, disse o delegado.

Nego Stanley esteve em outras investigações

Conforme noticiado pelo Folha Vitória, Nego Stanley já esteve no centro de outras investigações. Em novembro de 2014, ele foi preso no bairro Cobilândia, em Vila Velha, junto com Rodrigo de Almeida Silva, o “Jabalau”, e Jhonathan Pereira dos Santos. O trio foi acusado de envolvimento em assassinatos ocorridos na região de Santa Rita.

Na época, Stanley e Rodrigo foram apontados como suspeitos de matar o adolescente Alan Barbosa Couto, de 16 anos, conhecido como “Sapo”. O crime ocorreu dias antes, após o roubo de um carro no bairro Alecrim e uma tentativa de homicídio em Ataíde.

Ordens de ataques são registradas de presídio na Bahia

Durante uma coletiva no dia 13 de agosto, também foi detalhado que os ataques na região são ordenados por Doglas Souza Lopes, de 32 anos, conhecido como “Tio Chico”. 

As ordens são repassadas diretamente de um presídio na Bahia, onde ele cumpre uma condenação de 26 anos.

“Temos a informação de que nesse presídio ele tem acesso aos celulares e ele está fomentando esses ataque facilmente de lá. Ele está condenado por 26 anos de reclusão por homicídio, está preso na Bahia”, disse o delegado.

Cleudes Junior também informou que a Guarda Municipal de Vila Velha conseguiu apreender três fuzis com bandoleiras da “Tropa do Pirata”. “Em referência ao grupo ligado ao Tio Chico”.

Estudante e manicure assassinadas

Sophia Vial e Andressa Conceição (Foto: reprodução redes sociais)
Sophia Vial e Andressa Conceição (Foto: reprodução redes sociais)

Sophia voltava de um grupo de oração com a família no momento em que foi baleada, no bairro Santa Rita, no dia 9 de agosto. A estudante de 15 anos chegou a ser socorrida e levada às pressas ao Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves, mas não resistiu.

Já a manicure Andressa Conceição foi morta a tiros ao ser atingida na rua durante os ataques no mesmo bairro, no momento em que seguia para a casa de uma cliente.

Além de Andressa e Sophia, que morreram, duas crianças de 6 e 9 anos foram baleadas durante o ataque.

Segundo a Polícia Civil, o ataque foi resultado da guerra entre facções que disputam o controle do tráfico de drogas na região.

*Com informações da repórter Suellen Araújo, da TV Vitória/ Record

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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