O policial penal Alvino Corrêa Neto, de 45 anos, assassinado com pelo menos 9 tiros em Viana, no dia 8 de agosto, foi morto após tentar apaziguar uma briga por som alto envolvendo dois vizinhos.
Segundo as investigações da Polícia Civil, o suspeito Gilvano de Jesus Conceição, conhecido como “Marcelo do Frete”, de 39 anos, tinha uma disputa com outro vizinho.
Segundo a delegada Suzana Garcia, o vizinho utilizava uma caixa de som com música extremamente alta, o que incomodava o suspeito, que decidiu comprar um amplificador para tocar música ainda mais alta.
Havia ao lado da casa do Gilvano um casal de moradores que, aparentemente, ligava o som alto. Isso estaria incomodando o Gilvano e a esposa. Como uma forma de retaliação, o Gilvano compra uma caixa de som ainda maior e passa a ligar o som mais alto do que o próprio vizinho.”
Suzana Garcia, delegada
A vítima, vizinha de ambos os envolvidos, agia como apaziguador e tentava convencer os dois homens a abaixarem o som para conter as confusões.
Isso teria irritado o suspeito, que foi à casa da vítima e a surpreendeu. Alvino morreu ao atender a porta, ainda enrolado em uma toalha e usando chinelos.
Vídeo flagrou o barulho dos tiros:
“O policial Alvino era morador das proximidades e na condição de agente de segurança, tentava apaziguar essa desavença entre os vizinhos e, de forma conciliadora, ver se os vizinhos concordavam a reduzir o som. O Gilvano se desloca à residência do Alvino, o chama e Alvino é surpreendido”, contou a delegada.
Tentativa de duplo homicídio
Após matar Alvino, o suspeito foi ainda à casa de um casal de vizinhos. Ele arrombou a porta e efetuou diversos disparos contra a cama onde estava o casal.
O homem que estava na cama, no entanto, conseguiu correr até à porta e fechá-la, deixando o suspeito do lado de fora. Após a tentativa de duplo homicídio, o suspeito fugiu do local.
Ainda de acordo com a investigação, cinco dias antes do crime, o suspeito havia se mudado de Viana para Sooretama, região Norte do Espírito Santo, o que segundo a polícia aponta para um álibi, o que indica que o crime tenha sido premeditado.
Três dias após o assassinato, ele se apresentou à polícia, na Delegacia Regional de Linhares, e teve a prisão temporária decretada.
“Possivelmente acreditando estar fora do lapso temporal que permitiria uma prisão em flagrante, no entanto, a Divisão de Homicídios de Viana já havia representado pela prisão temporária”, relatou a delegada.
Suspeito monitorava a vizinhança
De acordo com a delegada, na casa do suspeito foi encontrada uma câmera de videomonitoramento, o que aponta que o homem monitorava toda a vizinhança e as atividades dos vizinhos.
Além das câmeras, na casa do suspeito também foram apreendidas diversas armas de fabricação caseira.
O diretor de Operações da Polícia Penal, Weleson de Souza, lamentou a morte do colega, a quem descreveu como um profissional dedicado e querido.
“Um crime bárbaro, uma afronta à nossa instituição, uma afronta ao Estado do Espírito Santo. Assim que tomamos conhecimento, junto das polícias Civil, Científica, Militar, demos início às diligências para capturar esse criminoso. Ele optou por se entregar. Alvino era um excelente policial, 15 anos de carreira, uma vida íntegra, que se dedicou muito ao trabalho, querido por todos”, disse.
*Com informações do repórter Caio Dias, da TV Vitória/Record