Um policial rodoviário federal, de 47 anos, foi detido após ameaçar funcionários de um hospital particular de Vila Velha e sacar uma arma dentro da sala de emergência, durante o atendimento ao pai, que havia dado entrada com princípio de infarto na noite de domingo (23).
De acordo com o registro policial, o paciente chegou ao hospital por volta das 19h30, em estado grave, necessitando de atendimento imediato e massagem cardíaca. Enquanto a equipe médica tentava estabilizá-lo, familiares tentaram entrar em uma área restrita.
Impedido por um segurança, o policial teria reagido com agressividade, feito ameaças e puxado uma arma de fogo, causando correria e pânico entre profissionais e pacientes.
A Polícia Militar foi acionada. Ao chegar ao local, o homem se identificou como PRF e alegou que apenas se defendia do segurança que tentou barrá-lo. A arma foi apreendida, e o agente encaminhado à Delegacia Regional de Vila Velha, onde prestou depoimento.
Segundo informações da Polícia Civil, o policial foi autuado por constrangimento ilegal e ameaça. Após pagamento de fiança, ele foi liberado.
Relatos de funcionários
Profissionais que estavam na sala de emergência também foram orientados a comparecer à Delegacia Regional de Vila Velha para prestar esclarecimentos.
Uma das vítimas contou que, enquanto realizava massagem cardíaca no paciente, o PRF encostou a arma na nuca dela, ordenando que se afastasse. A cena só foi interrompida quando a esposa do agente implorou para que ele não atirasse, pedindo que ele pensasse nos filhos.
Ele sacou a arma, apontou para essa segunda enfermeira e disse: ‘Me solta, me solta, me larga, senão eu vou matar todo mundo’. Nisso, ele conseguiu entrar um pouco mais para dentro da sala de emergência. Aí, ele entrou e já estava todo mundo lá dentro; todo mundo já ficou apavorado. Todos começaram a gritar: ‘Tira ele daqui, tira ele daqui’. E ele: ‘Me solta, me solta, me solta’.
Relato de uma das vítimas
A vítima ainda completou: “A técnica que estava fazendo massagem no pai dele continuou o procedimento ali, apesar da gritaria. Ele pediu para ela parar o que estava fazendo. Ela parou e foi um pouco para trás. E aí, do nada, ele disse: ‘Volta o que você estava fazendo!’ Botou a arma atrás da nuca dela”.

Ainda segundo testemunhas, mesmo após recuar alguns passos, o policial manteve a arma apontada para a enfermeira, obrigando-a a continuar os procedimentos de reanimação no pai dele.
O segurança do hospital também prestou depoimento. Ele afirmou ter sido ameaçado e, temendo ser baleado, acabou liberando a entrada do PRF na área restrita antes de se afastar. A pistola 9 mm utilizada pelo agente estava carregada e foi apreendida.
Em nota, a PRF informou que abriu um procedimento preliminar sumário, conduzido pela área correicional, para apurar todas as circunstâncias do ocorrido. Segundo a corporação, os fatos serão avaliados de acordo com as normas internas e a legislação vigente.
*Com informações da repórter Luciana Leicht, da TV Vitória/Record