Polícia

Professor de jiu-jítsu foi morto por ciúmes em Vila Velha; ex está presa

A polícia prendeu Nicole Aparecida Muniz Liberato e Rhaylan Moraes de Almeida pela morte de Stanley Stein, em Araçás

Nicole Aparecida Muniz Liberato e Rhaylan Moraes de Almeida teriam arquitetado a morte do professor

Reprodução/PCES
Nicole Aparecida Muniz Liberato e Rhaylan Moraes de Almeida teriam arquitetado a morte do professor Reprodução/PCES

A Polícia Civil identificou a motivação do assassinato do professor de jiu-jítsu Stanley Stein, de 49 anos: ciúmes. Ele foi executado a tiros no mês de fevereiro no bairro Araçás, em Vila Velha.

Durante as investigações, foi identificado que o crime foi cometido pela ex-namorada de Stanley, identificada como Nicole Aparecida Muniz Liberato, de 23 anos, e pelo atual companheiro Rhaylan Moraes de Almeida, de 35 anos. Eles foram presos pela polícia.

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Durante a tarde desta quarta-feira (14), o chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Daniel Fortes, explicou que Stanley e Nicole se relacionaram entre abril até dezembro. Mesmo após o término, a vítima continuava a entrar em contato.

Ela alega que vivia um relacionamento abusivo com a vítima, tentava terminar e não conseguia. Eles se relacionaram de abril até dezembro. A partir de janeiro, Rhaylan diz que começaram a se relacionar, revelou o delegado.

Mesmo com o início do relacionamento, Nicole narra que Stanley continuava insistindo e indo atrás dela. “Ela relatou ao Rhaylan que estava se sentindo incomodada”.

Professor de jiu-jítsu Stanley Stein, morto em Araçás
Professor de jiu-jítsu Stanley Stein, morto em Araçás. Foto: Reprodução/Instagram

Diante do comunicado, a partir do dia 23 de janeiro, Rhaylan começou a monitorar e seguir a vítima, com a ajuda da companheira, que passava informações sobre a rotina para o executor.

“Ele já sabia a rotina toda do Stanley, sabia o horário que ele saía, onde ia, onde era a academia de jiu-jítsu do Stanley, inclusive, no dia 27, na quinta-feira à noite, ele tendo ciência de que o Stanley sairia para dar uma aula, ele já estava na frente da casa da vítima, armado, aguardando a saída”, contou o delegado.

Tentativa de execução inicial foi frustrada

Foi identificado que o executor, no dia 27 de janeiro, foi até o local do crime um dia antes da execução, entretanto, desistiu de cometer a ação porque viu o professor de jiu-jítsu com a filha.

No dia seguinte, pela manhã, segue a rotina normal até o bairro Araçás e aguarda o momento que a vítima sai de casa.

“Ele se aproxima em uma distância razoável e faz quatro disparos de arma de fogo. Dois atingem a vítima de forma fatal, ele ainda corre e acaba caindo na rua. O pai do Stanley vê a cena da casa.

Polícia teve acesso às imagens

Logo depois de atirar contra a vítima, o suspeito correu em direção a uma esquina. Por câmeras de videomonitoramento, foi possível detectar que Rhaylan entrou em um carro para fugir da cena do crime.

Com ajuda da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os policiais identificaram o modelo do carro, que estava no nome do pai de Rhaylan, que já morreu.

“Nossa equipe conseguiu, através de ferramentas que nós temos, de uso de imagens, identificar esse veículo, a placa e as características, que realmente seria um veículo Siena, o modelo, cor e pelas características, ele não seria clonado”, relatou Wemerson Pestana”, superintendente da PRF.

VEJA O VÍDEO:

Arma do crime foi encontrada no trabalho dos suspeitos

Com o veículo identificado, os policiais cumpriram diversos mandados de busca e apreensão nas casas dos suspeitos, além da loja onde eles trabalhavam, na Glória, em Vila Velha. A operação, batizada de “Arte Suave”, foi deflagrada no dia 17 de março.

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Nicole e Rhaylan trabalhavam juntos, e foi na loja que deram início ao relacionamento. No local, foi encontrada uma pistola 9 milímetros, utilizada no crime.

Segundo os policiais, Rhaylan é praticante de tiro e, por conta disso, conseguiu agir com frieza e precisão no momento dos disparos.

A perita criminal Fernanda Silveira informou que a arma foi submetida ao exame balístico, que confirmou que a pistola foi a mesma utilizada para cometer o crime.

“No departamento de balística, nossos peritos analisam as armas que são apreendidas, suspeitas de homicídio, em um exame chamado confronto balístico, um exame microscópico em que analisamos as marcas deixadas pela arma no vestígio balístico coletado na cena de crime, ou na vítima”, informou.

Suspeita negou conhecer autor dos disparos

Após a apreensão da arma, Nicole foi levada à delegacia para prestar depoimento. Ela teve acesso às imagens da câmera de videomonitoramento que flagrou o crime.

Ela relatou aos policiais que teria vivido um relacionamento de nove meses com a vítima, mas negou conhecer o autor dos disparos.

Nicole foi detida junto de Rhaylan e os dois responderão pelo crime de homicídio qualificado. As penas podem chegar a até 30 anos de prisão.

*Com informações da repórter Luciana Leicht, da TV Vitória/Record