
Três protetoras de animais foram presas após deixarem uma cadela nas dependências da Secretaria de Meio Ambiente de Cariacica, no bairro Vera Cruz. As prisões aconteceram nesta terça-feira (2), após uma denúncia feita pela prefeitura. A polícia suspeita que a cadela esteja grávida.
As mulheres presas foram identificadas como Adriana Corona, Aida Aparecida Bertassoni e Laudicéia Rizzo.
A confusão entre as protetoras e a prefeitura começou dias antes, quando as mulheres pediram ao órgão que resgatasse a cadela, pois, segundo elas, o animal sofria risco iminente de morte. Por meio de nota, a Prefeitura de Cariacica afirmou que o resgate não foi possível devido à alta demanda de atendimento.
As protetoras acionaram o Ministério Público do Estado (MPES), que teria solicitado esclarecimentos acerca do caso dentro do prazo de 10 dias.
“Antes do prazo finalizar, algumas pessoas deixaram o animal no prédio da Secretaria de Meio Ambiente, caracterizando abandono de animal. Desta forma, a secretaria registrou o caso no site da Polícia Civil”, contou o órgão, por meio de nota.
A Polícia Civil informou que três mulheres foram presas em flagrante pelo crime de maus-tratos a animais, sendo conduzidas ao 17º Distrito Policial, em Cariacica, onde foram tomadas as medidas legais cabíveis.
Protetora teria resistido à prisão
De acordo com a polícia, uma das mulheres teria desobedecido aos comandos policiais e resistido à prisão. O delegado titular do 17º Distrito Policial, Henrique Vidigal, afirmou que havia materialidade para caracterizar o crime de maus-tratos.
A cadela apresentava sinais compatíveis com sofrimento, fragilidade e possível gestação, o que qualifica a materialidade do crime de maus-tratos, especialmente considerando que foi deixada em local sem estrutura, fora do horário regular, e sem qualquer tutela ou garantia mínima de proteção.”
Delegado Henrique Vidigal
Protetora se pronunciou em rede social
Em nota postada em rede social, Laudicéia confirma que levou, com as outras duas protetoras, o animal para a secretaria. No entanto, segundo ela, a intenção era fazer com que o animal recebesse o atendimento necessário.
As protetoras levaram o animal ao órgão responsável, sem qualquer abandono. Mesmo assim, foram presas injustamente. O que ocorreu é absurdo e precisa ser denunciado.”
Laudicéia Rizzo, uma das protetoras
A reportagem tenta contato com as outras protetoras. O espaço está aberto para manifestação.
Cadela passa por exames
A prefeitura informou que a cadela está passando por exames e não está em sofrimento. Duas das protetoras foram autuadas em flagrante por maus-tratos praticados contra cão. A terceira mulher também foi autuada por desobediência e resistência.
Segundo a Polícia Civil, elas foram encaminhadas ao sistema prisional. O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) informou que a audiência de custódia está marcada para esta quinta-feira (4), às 9 horas.