A Polícia Civil prendeu um homem, de 37 anos, com uma grande quantidade de cogumelos alucinógenos no bairro Antônio Honório, em Vitória, durante a Operação Psicose. A ação tem o objetivo de desarticular uma rede criminosa responsável pela produção, comercialização e distribuição da droga psilocibina, presente nesses cogumelos.
Durante a operação, deflagrada nesta quinta-feira (04), foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão. Além disso, foi decretado o bloqueio de contas bancárias e ativos financeiros ligados aos investigados e a suspensão de websites e redes sociais.
As apurações, da Polícia Civil do Distrito Federal, identificaram que a organização criminosa atuava no Espírito Santo, no Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina produzindo psilocibina em larga escala e abastecendo tanto consumidores quanto traficantes de diferentes estados do país.
A investigação foi iniciada a partir do monitoramento de redes sociais e websites que
anunciavam a venda dos entorpecentes.
Páginas no Instagram eram utilizadas para atrair interessados, que eram direcionados para sites e grupos de aplicativos de mensagens, onde ocorriam as negociações.
Polícia Civil
A estimativa da polícia é a de que os investigados movimentaram R$ 26 milhões nos anos de 2024 e 2025. O faturamento mensal médio do cultivo principal seria de R$ 400 mil.
Drogas eram remetidas pelos Correios para os estados
Segundo as investigações, as drogas eram enviadas pelos Correios e por empresas de logística em um esquema semelhante ao dropshipping – sistema em que pedidos de uma empresa eram enviados por outra, dificultando a fiscalização e o rastreamento.
Foram identificadas 3.718 encomendas postais, que totalizam aproximadamente uma tonelada e meia de drogas enviadas para diversas regiões do país.
A investigação também revelou que a rede criminosa utilizava pessoas jurídicas de fachada, registradas no ramo alimentício, para ocultar a origem ilícita dos valores.
Investimento em marketing digital
A investigação identificou que a estrutura criminosa também investia pesadamente em marketing digital. Para alcançar o público jovem, especialmente frequentadores de festivais de música eletrônica, eram utilizados sites com apelo visual, impulsionamento pago em redes sociais e parcerias com influenciadores e DJs.
Os produtos eram inclusive promovidos em feiras e eventos, em uma estratégia que buscava associar os entorpecentes a supostos benefícios à saúde, sem qualquer respaldo científico.
Foram identificadas tabelas de preços que variavam de R$ 84,99, por três gramas, a R$ 9,2
mil, por um quilograma da substância.
Os envolvidos poderão responder por tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes ambientais, crimes contra a saúde pública, publicidade abusiva e curandeirismo. As penas aplicáveis podem chegar a 53 anos de reclusão para os líderes da organização.