Em entrevista entrevista à TV Vanguarda, Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, rapaz de 21 anos que foi filmado cortando as patas de um cavalo em Bananal, disse ser “nascido e criado no ramo de cavalo”, “mexo com boi” e tem o apelido de “boiadeiro”.
Ele admitiu que “cortou por cortar”, reconheceu o ato cruel e alegou que achava que o animal já estava morto. “Muitas pessoas estão me julgando e falando que eu sou um monstro”.
Por meio das redes sociais, a ativista do Direito dos animais Luisa Mell se manifestou sobre o ocorrido. “Cortaram as patas de um cavalo, simplesmente pq ele não aguentava mais andar!”, disse em publicação. Celebridades como Ana Castela e Paolla Oliveira também usaram as redes sociais para pedir justiça. Caso seja constatado que o animal estava vivo, Queiroz pode ser condenado a até um ano de prisão.
Não foi uma decisão (cortar as patas do cavalo). Foi um ato de transtorno. Em um momento embriagado, transtornado, eu peguei e cortei por cortar. Foi um ato cruel. Estava com álcool no corpo. Não é culpa da bebida. É culpa minha. Eu reconheço os meus erros, afirmou o rapaz em entrevista.
O momento do corte foi filmado por um amigo de Andrey. Os dois estavam fazendo uma cavalgada montados em dois cavalos, no último sábado, 16. Após percorrerem cerca de 14 quilômetros, o animal usado por Andrey parou e, demonstrando cansaço, se deitou. O amigo dele narrou à polícia que, devido à respiração fraca e depois nula, ele e Andrey concluíram que o cavalo havia morrido. Ele filmou a cena em que o amigo corta as patas do animal.
Andrey contou à TV Vanguarda que recebeu ameaças de morte e está com medo de sair de casa. “Eu me sinto até inseguro. Muitas pessoas me ameaçando de morte sem necessidade. Vai pagar uma morte com a outra? Muitas pessoas falaram que vão mutilar meus braços e minhas pernas. Como é que eu ando na rua? Eu fico inseguro de andar na rua. Tenho que ficar dentro de casa”, lamentou.
O rapaz também reclamou da postagem do vídeo nas redes sociais, o que gerou a repercussão. “Eu sou consciente dos meus atos. Eu amo os animais, sempre mexi com cavalo. Não tinha necessidade de a pessoa ter jogado isso na rede. Muitas pessoas não mereciam ver esse ato”, disse.
A Polícia Civil de Bananal está investigando o caso. Maltratar animais é crime no Brasil, conforme a Lei nº 9.605/1998, que determina que a pena por “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” varia de três meses a um ano de detenção, além de multa. A pena é aumentada de um sexto a um terço se ocorre morte do animal. Neste caso, como o cavalo morreu, a pena em caso de condenação pelo crime pode chegar a 1 ano e 4 meses de detenção.
Em nota, a Prefeitura de Bananal afirmou que tomou conhecimento e encaminhou o caso à Delegacia de Polícia e Polícia Ambiental para apuração dos fatos, identificação e punição dos responsáveis. “A Prefeitura repudia qualquer ato de crueldade contra os animais e reforça seu compromisso em zelar pelo bem-estar de todos, trabalhando em conjunto com os órgãos competentes para que casos como este não fiquem impunes”, afirma.
Denúncias de maus tratos a animais – sejam domésticos, domesticados, silvestres ou exóticos – podem ser feitas em delegacias ou no Ministério Público em casos como:
- abandono
- envenenamento
- confinamento em correntes ou cordas curtas
- manutenção em condições anti-higiênicas
- mutilação
- confinamento em espaço inadequado ao porte do animal
- ausência de iluminação e ventilação
- uso em shows que possam causar lesão
- pânico ou estresse
- agressão física
- exposição a esforço excessivo (como tração de cargas por animais debilitados)
- participação em rinhas, entre outros