
Macário Almeida Souza da Silva e Carlos de Matos Lopes, réus pela tentativa de homicídio qualificado de Juan Aurélio Gomez Fernandez, proprietário do Hotel da Ilha, em Vitória, foram condenados nesta terça-feira (1º) a 39 anos de prisão pelo crime.
Os dois foram condenados após júri popular que se estendeu por mais de 20 horas, no Fórum Criminal de Vitória.
Eles foram condenados por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e crime cometido contra pessoa idosa.
Macário, apontado como mandante do crime, foi condenado a 20 anos e 5 meses de prisão. Carlos, o executor, recebeu condenação de 18 anos e 8 meses de prisão.
A pena do executor foi menor, segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), porque na época do crime, ele tinha menos de 21 anos.
Outros dois réus, Davi da Purificação Neves e Gabrielly de Paula Batista, foram absolvidos, porque a participação deles no crime não foi totalmente esclarecida.
Hotel da Ilha: mandante tinha dívida com a vítima
Apesar das condenações terem ocorrido nesta terça-feira (1º), o júri teve início na segunda-feira (30) e contou com depoimentos de testemunhas, e esclarecimentos em vídeo da própria vítima, que morreu.
A investigação apontou que o mandante do crime possuía dívidas com a vítima, referentes ao aluguel de um bar na parte térrea do hotel. Ao ser cobrado, ele planejou a morte de Juan.
No dia do crime, toda a iluminação do hotel foi desligada por Macário para facilitar a ação dos comparsas. A vítima relatou que estava em seu quarto quando, por volta 21h, a energia foi cortada.
Em seguida, um casal entrou no quarto e o esfaqueou ao menos 10 vezes. De acordo com testemunhas, uma cuidadora ouviu os gritos e tentou ajudar, mas foi ameaçada.
Segundo o MPES, Gabrielly teria iluminado o quarto com o celular enquanto Carlos cometeu o crime. Já o terceiro comparsa, teria dado cobertura ao casal. Além da faca, Carlos também carregava uma arma de brinquedo para cometer o crime.
Após ser esfaqueado, o dono do hotel se fingiu de morto e conseguiu acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que realizou atendimento. Juan tinha 64 anos na época, foi levado ao hospital e conseguiu sobreviver ao ataque.