O sargento da reserva da Polícia Militar de Teixeira de Freitas, na Bahia, Francisco de Assis Pereira dos Reis, de 66 anos, foi assassinado e o corpo foi encontrado enterrado em uma cova rasa em uma área de mata no município de Jaguaré, região Norte do Espírito Santo.

Francisco estava desaparecido desde a última sexta-feira (24), e o corpo foi localizado na manhã desta quarta-feira (29). O crime teria sido motivado pela cobrança de uma dívida pelo aluguel de um carro.

Segundo a investigação da polícia, o sargento teria alugado um carro para um jovem de 27 anos na cidade de Teixeira de Freitas.

O rapaz teria vindo com o veículo para Vitória por afirmar que na Capital capixaba faria corridas e os valores do serviço seriam mais lucrativos.

Dívida chegou a R$ 12 mil

De acordo com a investigação policial, o suspeito, no entanto, passou a não pagar o valor acordado mensalmente com a vítima, contraindo uma dívida de R$ 12 mil. O sargento, então, teria pedido a devolução do automóvel.

O delegado Cleudes Júnior explica que a devolução foi marcada para a sexta-feira, dia que o sargento foi visto pela última vez com vida. Como Francisco não foi visto no sábado, familiares começaram a se preocupar e acionaram a polícia.

Reprodução/PCES

“O sargento, no sábado, possuía alguns compromissos na cidade de Teixeira de Freitas e não compareceu, o que fez surgir um sinal de alerta dos familiares. Os parentes procuraram a delegacia da cidade, e também acionaram o serviço reservado da polícia baiana”, relatou o delegado.

Acompanhados pela polícia, os familiares do sargento foram até a casa dele, onde encontraram o celular e a carteira em cima do sofá.

As conversas do aparelho telefônico do sargento foram acessadas e a polícia descobriu a negociação com o suspeito.

“Foram até a residência do sargento e, chegando lá, não encontraram nenhum sinal de arrombamento. A carteira dele estava com uma quantia em dinheiro em cima do sofá e o telefone estava no sofá também. Com autorização dos familiares, foi acionado o conteúdo das conversas do sargento e foi possível constatar esse encontro que ele havia marcado na sexta-feira com este indivíduo que estava de posse do veículo dele”, explicou o delegado.

Suspeitos são presos e confessam o crime

Com o desaparecimento do sargento, a polícia baiana solicitou à Justiça que mandados de prisão fossem expedidos. O carro da vítima foi encontrado no Espírito Santo, na Ilha do Frade, bairro nobre de Vitória.

Quem conduzia o veículo era o próprio rapaz que havia alugado o carro. Ele foi detido na tarde desta terça-feira (28) e confessou o crime.

O homem contou à polícia que foi até Teixeira de Freitas com um segundo suspeito, de 20 anos, onde se encontraram com o sargento. Ele estava sentado na parte de trás do banco do carona, enquanto o comparsa dirigia o carro.

Mata-leão e corda para matar sargento

Ao encontrarem o sargento, Francisco entrou no carro para conversar e logo foi surpreendido por um mata-leão.

“Quem havia alugado o veículo estava sentado atrás do banco do carona e o comparsa estava dirigindo o veículo. Quando chegam em Teixeira de Freitas, o sargento entra no carro para conversar e, nesse momento, é surpreendido por um mata-leão. Quando o sargento está perto de desfalecer, o suspeito de 27 anos utiliza uma corda para terminar a asfixia”, contou o delegado.

O sargento morreu ainda em Teixeira de Freitas e logo em seguida os suspeitos colocaram o corpo no porta-malas do carro e o levaram para Jaguaré, cidade capixaba, onde o enterraram.

Suspeito pediu enxada e pá emprestadas para cavar cova

O suspeito de 20 anos foi preso em Vila Velha e confessou aos policiais que a ideia de enterrar o corpo em Jaguaré partiu dele.

Segundo o delegado, o rapaz é criado no município capixaba e chegou a trabalhar em um lava a jato, onde foi pedir ferramentas para enterrar o corpo.

Ele teria dito aos proprietários do estabelecimento que precisava de uma enxada e uma pá para limpar o terreno de uma tia, mas utilizou as ferramentas para cavar a cova.

Os dois suspeitos foram autuados por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O caso fica agora sob responsabilidade da Justiça da Bahia.

*Com informações da repórter Luciana Leicht, da TV Vitória/Record

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.