Secretário de Segurança do ES, Leonardo Damasceno, falou sobre megaoperação policial no Rio
Secretário de Segurança do ES, Leonardo Damasceno, falou sobre megaoperação policial no Rio. Foto: JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO e Sesp (destaque)

O secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Leonardo Damasceno, afirmou nesta terça-feira (28) que caso criminosos do Rio de Janeiro venham para o Estado por conta da megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, as forças de segurança capixaba estarão prontas para agir.

De acordo com Damasceno, alguns criminosos do Rio de Janeiro já foram detidos no Espírito Santo, mas o comum é justamente o fluxo contrário, traficantes capixabas que buscam esconderijo em favelas cariocas.

Observamos que grandes lideranças do tráfico no Espírito Santo fugiram para o Rio de Janeiro, mas caso aconteça o fluxo contrário, se vierem para o Estado, estamos prontos para capturá-los. Nós monitoramos de perto essas facções criminosas e seguimos acompanhando, caso haja fuga de algum deles para cá, estaremos prontos para uma reação, se houver a necessidade.”

Leonardo Damasceno, secretário estadual de Segurança

Ainda segundo Damasceno, operações contra o crime organizado no Rio de Janeiro já eram um pedido antigo das forças de segurança de outros estados, uma vez que o estado fluminense concentra criminosos de diversas outras localidades do Brasil.

A operação, de acordo com ele, ajuda inclusive para que traficantes do Espírito Santo não continuem a comandar o tráfico à distância enquanto se escondem no Rio de Janeiro.

“Já realizamos várias incursões no Rio de Janeiro, inclusive da PM, que foi lá para capturar indivíduos. Essa operação pode ter consequências a médio prazo, mas é uma resposta que precisávamos para que bandidos daqui não continuem comandando o tráfico à distância, vivendo no Rio de Janeiro. Este era um pleito de vários estados, porque o Rio se tornou um hotel de luxo para criminosos”, afirmou.

Traficante do ES morto em operação

O secretário também falou sobre a morte de Alisson Lemos Rocha, conhecido como “Russo” ou “Gordinho do Valão”, ele era suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas na Serra.

Megaoperação no Rio
Alisson Lemos Rocha foi morto durante operação. Foto: Montagem/JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO e Sesp (destaque)

Segundo o secretário, as informações sobre a morte do suspeito ainda são superficiais, mas o homem já era acompanhado pelos serviços de inteligência capixabas.

“Temos informação bem superficial, vamos precisar esperar um balanço final da operação, mas é um indivíduo que já era acompanhado por nós, assim como outros”, disse.

Envio da Força Nacional

O secretário afirma que não houve acionamento por parte do governo do Rio de Janeiro para envio da Força Nacional de Segurança ao estado para ajudar nas operações. Segundo ele, este acionamento talvez nem aconteça.

Isso porque o Rio de Janeiro conta com muitos homens em suas forças de segurança, mas caso seja necessário, o Estado está à disposição para enviar policiais, de acordo com o secretário.

“O Rio de Janeiro tem forças de segurança muito grandes, não sei se vai pedir complementação, mas as forças nacionais existem para isso. Se houver necessidade, o Rio acionará e estamos à disposição para colaborar”, afirmou.

Ataques com drones

Um dos fatos que mais impressionaram durante o conflito de policiais com traficantes foi o uso de drones por criminosos para lançar granadas contra a polícia.

Segundo Damasceno, a cena assusta, mas o uso de explosivos por bandidos já está disseminado pelo Brasil, inclusive no Espírito Santo. Ainda que o uso de drones não tenha sido registrado, granadas e armas modernas são encontradas com frequência no Estado.

De acordo com o secretário, em 2023 foram apreendidas mais armas modernas do que antigas, além de grande quantidade de explosivos, coletes e armas de grosso calibre no Estado.

Por conta disso foram adquiridas somente este ano 350 novos fuzis, além de 2.500 pistolas para a Polícia Militar. No ano que vem, a Polícia Civil também deve receber novos armamentos.

“Assusta, mas é o novo normal do Brasil. Esses criminosos têm poderio econômico muito grande e compram essas armas para se defender de outras facções, não necessariamente para enfrentar o Estado. A segurança pública precisa sempre inovar para estar em pé de igualdade ou superioridade em relação aos criminosos”, afirmou.

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.