O município da Serra foi, da Região Metropolitana, aquele que apresentou a maior redução no número de homicídios nos primeiros três meses do ano de 2025 em relação ao mesmo período de 2024.
Na cidade serrana, os homicídios registrados em janeiro, fevereiro e março deste ano somam 18*, sendo que um dos casos é classificado como feminicídio. No ano anterior, somavam 35. A redução é de 48,6%.
Redução no número de homicídios no trimestre
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O prefeito Weverson Meireles (PDT) ressaltou, em conversa com a reportagem do Folha Vitória, que o trimestre é o melhor da série histórica, desde 1996. Para ele, os dados mostram a efetividade dos trabalhos realizados em parceria com o governo do Estado – Polícia Civil e Militar – e pela Guarda Civil Municipal.
A Serra tem uma população de 572.274 habitantes. Se comparada com outra cidade de porte similar, como Vila Velha, que tem 502.899 cidadãos, a grandeza do feito se torna mais evidente: no município canela-verde, os casos de homicídio caíram 3,6% no mesmo período – eram 28 no primeiro trimestre de 2024 e, agora, são 27.
Vila Velha, inclusive, é a cidade que registrou o maior número de homicídios no Estado, seguida por Cariacica. A Serra, apesar da redução, ocupa o terceiro lugar, empatada com Linhares.
Por isso, Weverson pontua que “enquanto nós tivermos uma vida perdida, ainda há trabalho a ser feito”. “Nós temos que nos dedicar a ampliar cada vez mais as políticas públicas que nos geraram esse índice positivo”.
Investimentos em câmeras de videomonitoramento
O prefeito cita, além dos investimentos em câmeras de videomonitoramento e demais equipamentos para as forças, ações integradas entre os órgãos de Segurança Pública e de Assistência Social, Saúde, Educação e Direitos Humanos como forma de reduzir o número de mortes violentas na Serra.
“Este trabalho interligado, tratando a política da segurança pública de maneira transversal, é o que está nos dando cada vez mais esses dados positivos”, afirmou Weverson.
O prefeito serrano também anunciou que vai convocar, ainda neste mês de abril, mais 50 guardas municipais aprovados no último concurso realizado na cidade.
Vitória e Viana também apresentam redução
Assim como o maior município do Estado, Vitória e Viana também reduziram os casos de assassinatos.
Na Capital foram 20 homicídios até março de 2024 e, até o mesmo mês deste ano, 15. Já na cidade vizinha, o número caiu de 4 para 3. Já Fundão manteve o mesmo número de casos: 3.
Em contrapartida, Guarapari e Cariacica tiveram mais registros neste ano do que no anterior. No primeiro caso, a quantidade passou de 5 para 6 no trimestre e, no segundo, de 19 para 21.
Veja os números:
| Cidade/Estado | Homicídios (Jan-Mar 2024) | Homicídios (Jan-Mar 2025) | Variação (%) |
| Serra | 35 | 18 | -48,6% |
| Vila Velha | 28 | 27 | -3,6% |
| Vitória | 20 | 15 | -25% |
| Viana | 4 | 3 | -25% |
| Fundão | 3 | 3 | 0% |
| Guarapari | 5 | 6 | +20% |
| Cariacica | 19 | 21 | +10,5% |
| Espírito Santo | 231 | 198 | -14,3% |
Homicídios no Espírito Santo
O número de homicídios também diminuiu de maneira geral no Espírito Santo. Os casos no Estado foram de 231, registrados no primeiro semestre de 2024, para 198 neste ano. A queda é de 14,3%.
A região Noroeste capixaba foi a única a registrar aumento (10%) no número de assassinatos, considerando o mesmo período. No ano passado foram 30 e, neste ano, 33.
Além da queda trimestral, março se destacou: teve o menor registro de homicídios para o mês desde 1996. Neste ano, foram 57 casos, 26 a menos do que em março de 2024, quando o número também havia sido o menor para o mesmo período.
No ano passado, o mês mais violento no Estado foi julho, com 90 assassinatos, e o que teve menos assassinatos foi junho, com 41.
Os dados reúnem os números de homicídios comuns e feminicídios.
*Atualização: Anteriormente, eram 19 casos de assassinatos contabilizados na Serra. No entanto, após a publicação desta matéria, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp) informou que “uma morte violenta ocorrida no dia 23 de março em Castelândia foi reclassificada”.
O caso passou de homicídio para lesão corporal seguida de morte. A mudança se deu “após evolução das investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do município, por solicitação da autoridade policial que preside o inquérito”, segundo a Sesp.
Editora de Política
Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.
