Polícia

Símbolo nazista estava em roupa de atirador que causou mortes em escolas de Aracruz

Autor vestia uma braçadeira com a suástica, símbolo máximo do nazismo. Jovem matou três pessoas e feriu outras 13 em ataque nesta sexta-feira (25)

Símbolo nazista estava em roupa de atirador que causou mortes em escolas de Aracruz Símbolo nazista estava em roupa de atirador que causou mortes em escolas de Aracruz Símbolo nazista estava em roupa de atirador que causou mortes em escolas de Aracruz Símbolo nazista estava em roupa de atirador que causou mortes em escolas de Aracruz
Foto: Reprodução | Câmera de Videomonitoramento

*Essa matéria foi atualizada com novas informações

O autor de atentado com arma de fogo em duas escolas de Aracruz, que não teve o nome divulgado por ser menor de idade, usava símbolos que remetem ao neonazismo durante o ataque. 

A informação foi confirmada pela polícia durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (25). O atirador utilizava uma braçadeira com uma suástica e uma máscara de caveira, ou “skull mask”, item muitas vezes associados a grupos neonazistas europeus e norte-americanos.

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A tragédia aconteceu em dois locais: na Escola da Rede Estadual Primo Bitti e no Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), ambas no bairro Coqueiral de Aracruz, na manhã desta sexta-feira (25), por volta das 9h50, de acordo com câmeras de segurança da primeira escola.

Durante o primeiro ataque, duas professoras foram mortas e 11 pessoas feridas, no segundo, uma aluna morreu e duas pessoas foram feridas. A ação no segundo colégio teria durado cerca de um minuto.

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O atentado foi descrito pelo prefeito de Aracruz, Dr. Coutinho, como a maior tragédia que o município já viu

“É a maior tragédia que nossa cidade já viu; a cidade toda está chocada. Na escola estadual, todas as vítimas são professores. Uma tristeza. Já estamos recebendo reforços na segurança, as aulas ficam suspensas até segunda-feira”, disse.

O suspeito já foi detido. Os feridos foram encaminhados para hospitais de Vitória. O helicóptero de Notaer foi acionado para ajudar no atendimento.


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Filho de PM, adolescente usou armas e carro de pai ataques

A polícia apurou que o adolescente usou duas armas do pai, que é policial militar, para cometer os crimes. Foram utilizadas uma pistola .40 e um revólver .38, sendo uma cadastrada como item particular, com registro em nome do pai, e a outra pertencente à Polícia Militar do Espírito Santo.

Foto: Reprodução

O adolescente, que não teve o nome revelado por ser menor de idade, também usou o carro do pai para cometer os ataques.

Ele primeiro se dirigiu à Escola da Rede Estadual Primo Bitti, onde já havia estudado, e depois seguiu para a escola privada, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), ambas no bairro Coqueiral de Aracruz. 

Adolescente não demonstrou arrependimento após ataques com mortes em escolas, diz polícia

O adolescente de 16 anos que invadiu duas escolas em Aracruz foi apreendido horas após o crime. Durante os atentados, o jovem, que é ex-aluno de uma das escolas, matou duas professoras, uma estudante de 12 anos e feriu outras 13 pessoas. Segundo a polícia, ele demonstrou frieza no momento em que foi encontrado

Durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (25), o superintendente de Polícia Regional Norte, João Francisco Filho. deu detalhes sobre o estado do jovem.

“Estive com ele, foi uma conversa tranquila. Ele falou todos os fatos com riqueza de detalhes, disse que planejou, mas não falou qual foi o motivo. Ele estava em choque, mas tranquilo. Não conseguimos ver arrependimento”, afirmou.

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Atuação de grupos extremistas no Brasil

Grupos violentos e extremistas não são novidade no Brasil. Segundo levantamento da antropóloga Adriana Dias, atualmente, no país, existem cerca de 530 células neonazistas em atividade.

Segundo a pesquisadora, os grupos agem majoritariamente pela internet e trazem semelhanças entre si como o masculinismo, que é o ódio ao feminino e ao movimento feminista, além de traços intrínsecos do movimento nazista como o ódio a minorias como negros, judeus e a comunidade LGBTQIA+.

Aluno invadiu escola em Jardim da Penha em agosto deste ano

Outra invasão em escola aconteceu em agosto deste ano. Na época, o autor Henrique Lira Trad de 18 anos, entrou no colégio munido de arco e flechas, três bestas, facas, munições, armas de fabricação caseira e um coquetel molotov.

Foto: Folha Vitória

Nas redes sociais, Henrique utilizava expressões como “sanctus” termo que significa santo e muito usado em chats de “incels” (sigla para celibatário involuntário em inglês), grupo misógino que prega a violência e o desprezo a mulheres, principalmente na internet. 

*Texto do repórter Guilherme Lage, do Folha Vitória