
A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurou o assassinato de dois adolescentes, de 14 e 15 anos, no Bairro das Laranjeiras, na Grande Jacaraípe, na Serra, em julho deste ano. Welton dos Santos Souza, conhecido como Riquinho, de 20 anos, e Nicolas Venâncio Santos, apelidado de Gradinha, de 18 anos, foram presos.
A motivação, segundo a polícia, seria a guerra entre facções rivais que atuam no tráfico de drogas da região. Além disso, os dois suspeitos queriam ganhar confiança dentro da gangue e eventualmente “subir de cargo” dentro do grupo criminoso.
“Para eles se graduarem no tráfico de drogas, eles precisam matar para ganhar a confiança dos líderes e, consequentemente, assumir cargos como a gerência de tráfico”, explicou o delegado Rodrigo Sandi Mori, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra.
A ação ocorreu no dia 23 de julho, quando as vítimas estavam em um clube com suas namoradas e duas crianças de 6 e 10 anos. Segundo a polícia, os criminosos interrogaram os dois adolescentes sobre um assassinato anterior e executaram as vítimas a sangue frio.
Após o crime, Riquinho e Gradinha tentaram apagar as imagens das câmeras de segurança.
Áudios mostram que suspeitos cogitaram matar namoradas das vítimas
Em áudios capturados no celular de Gradinha, ele confessa a uma tia o assassinato dos dois adolescentes e explica que não matou as namoradas dos rapazes porque o comparsa “ficou com dó” e porque uma delas estava grávida. Então, executar todos seria uma chacina.
Nos áudios, o suspeito menciona uma ameaça que teria sido feita contra ele por uma das vítimas anos antes, mas a polícia acredita que essa justificativa não se sustenta.
As investigações revelaram a frieza dos jovens, que fugiram após o ato e foram presos menos de um mês depois. A polícia destacou que o Bairro das Laranjeiras se tornou um dos mais violentos da Serra, com um aumento significativo de homicídios em decorrência da guerra entre facções.
O nome das vítimas do duplo homicídio não foi divulgado.
*Com informações do repórter André Falcão, da TV Vitória/Record