Atlas da Violência

Taxa de homicídio de negros no ES é maior do que a média do Brasil

Os homicídios de negros no Espírito Santo alcançaram a taxa de 34,6 por 100 mil habitantes em 2023, segundo o Atlas da Violência

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Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

A taxa de homicídios de negros no Estado do Espírito Santo foi de 34,6 por 100 mil habitantes em 2023. O número é maior do que a média registrada no Brasil, com o número de 28,9 por 100 mil habitantes.

A constatação faz parte do Atlas da Violência, divulgado nesta segunda-feira (12).  Mesmo assim, é uma redução ante 2022, quando a taxa era de 35,4 e menor do que 2013, com a taxa de 58,6 por 100 mil habitantes.

O documento é elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao governo federal, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), uma organização sem fins lucrativos.

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Segundo o Atlas da Violência, no ano de 2023 foram registrados 901 homicídios de negros. Já no Brasil, o total foi de 35.213 assassinatos de pessoas negras.

Em entrevista à reportagem da TV Vitória, o secretário de Estado da Segurança Pública do Espírito Santo, Leonardo Damasceno, acredita que a problemática tem origem, por exemplo, a partir de questões sociais.

Provavelmente questões de ordem social, distribuição de renda, origens possam explicar porque os negros ainda são maioria dos crimes de ordem violenta no Brasil. Para nós, da segurança pública, o importante é combater a criminalidade, levar mais segurança para a população do Espírito Santo.

Risco de negro ser vítima de homicídio é 2,7 vezes maior no ES

O Atlas da Violência também mostrou que ser uma pessoa negra no Espírito Santo é enfrentar um risco 2,7 vezes maior de ser vítima de homicídio do que uma pessoa não negra no ano de 2023.

No Espírito Santo, foi apresentada uma redução do risco apresentado no ano de 2022, quando o risco relativo era de 3,2 e do ano de 2013 com risco relativo de 3,7.

O número é o mesmo da média nacional, que também apresenta risco de 2,7 vezes maior de ser vítima de homicídio.

No Brasil, apesar de ser uma redução de 2022, quando o risco era 2,8 vezes maior, o indicador revela um aumento em relação a 2013. Naquele ano, a pessoa negra tinha 2,4 vezes mais chances de ser morta do que uma não negra.

O que é o Atlas da Violência?

O relatório do Atlas, um dos mais completos da área, busca retratar a violência no Brasil principalmente a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

Esse modo de análise permite ter uma visão mais ampla sobre a violência no País, “desviando” de possíveis subnotificações. Em vez de lançar luz sobre feminicídios registrados, por exemplo, o relatório foca homicídios de mulheres.

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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