Imagem: Estadão/Polícia Federal Reprodução
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O traficante brasileiro Ygor Daniel Zago, de 44 anos, conhecido como Hulk, e a mulher dele, Fernanda Ferrari Zago, de 40 anos, foram presos pela Polícia Judiciária de Portugal na cidade litorânea de Cascais no último sábado, 15. Ele, que estava na lista de difusão vermelha da Interpol, foi encontrado com a mulher em um condomínio de luxo.

Segundo a polícia portuguesa, eles tinham mandados de prisão em aberto pela prática dos crimes de associação criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. Hulk é investigado pelas autoridades brasileiras pela suspeita de ser um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no esquema de fraude de combustíveis com metanol.

Além disso, Hulk é apontado como um megatraficante internacional de drogas. Ele já foi condenado pela Justiça Federal a 29 anos de prisão por envolvimento no tráfico ao lado de André Oliveira Macedo, o André do Rap, e a máfia dos Bálcãs, em 2014.

De acordo com a polícia, a investigação que levou à prisão do traficante e da mulher começou em 2023, a partir de uma apreensão de 30 mil litros de metanol. A apreensão permitiu a descoberta de um esquema criminoso de adulteração de combustíveis do PCC com o composto químico.

“A organização criminosa operava de forma organizada e estruturada, com uma clara divisão de funções, sendo que à frente da organização estava um dos elementos agora detido, responsável por tomar decisões relativas a todas as atividades da organização, emitir ordens aos subordinados e gerir os recursos financeiros do grupo criminoso”, informaram as autoridades portuguesas.

A polícia de Portugal aponta ainda que na conta bancária da mulher do traficante havia dinheiro oriundo do esquema criminoso, “auxiliando assim na ocultação de bens e valores”. “Além disso, foi apurado a titularidade de vários veículos de luxo, utilizados por outros membros da organização.”

O casal é investigado pela polícia paulista com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Procurado pelo Estadão, o Gaeco informou que havia requerido a inclusão dos investigados na lista da Interpol.

“Os trâmites da eventual extradição dependem dos meios de colaboração entre países e seguem com acompanhamento para o regular trâmite do processo já em curso”, informou o Gaeco.