Polícia

Um ano após assassinato de Gerson Camata, família aguarda julgamento de acusado

O acusado, Marcos Venício Moreira Andrade, está preso desde a data do crime e vai a júri popular

Um ano após assassinato de Gerson Camata, família aguarda julgamento de acusado Um ano após assassinato de Gerson Camata, família aguarda julgamento de acusado Um ano após assassinato de Gerson Camata, família aguarda julgamento de acusado Um ano após assassinato de Gerson Camata, família aguarda julgamento de acusado
Foto: Reprodução
Gerson Camata foi assassinado no dia 26 de dezembro de 2018, em Vitória

Um ano após o assassinato do ex-governador do estado, Gerson Camata, a família ainda aguarda pelo julgamento do suspeito de cometer o crime, Marcos Venício Moreira Andrade, que está preso desde a data do assassinato.

O advogado da família Camata, Renan Salles, afirmou que a expectativa é que o julgamento de Marcos aconteça no primeiro semestre de 2020. “Vamos aguardar para ver se a defesa do réu vai recorrer da última decisão da Justiça. Caso recorra, vamos esperar os andamentos do processo. Caso não recorra, esperamos que o julgamento aconteça neste primeiro semestre do ano”, disse o advogado.

Foto: Reprodução TV Vitória
Câmera de videomonitoramento flagrou Marcos Venício no local antes do crime

Ao longo de 2019, a defesa de Marcos Venício impetrou, pelo menos quatro vezes, pedidos de habeas corpus para que o réu respondesse em liberdade. Todos foram negados pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). A última negativa aconteceu neste mês de dezembro. Na ocasião, o pedido da defesa foi baseado em um vídeo, no qual o réu aparece confessando o crime. Segundo a defesa, o vídeo foi gravado de forma ilícita e não pode constar nas provas do processo.

No mês de outubro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a retirada do vídeo do processo. Na decisão, o ministro Sebastião Reis Junior, concluiu que a gravação foi feita a partir de uma conversa informal, na qual o réu não foi advertido sobre o direito de permanecer calado. 

Foto: Divulgação / Polícia Civil

Para o advogado da família Camata, a retirada do vídeo não interfere no processo, devido a existência de outras provas. “Não nos opusemos, porque a decisão que acusa o réu não se baseia nessa prova, mas em várias outras. Não precisamos dessa prova para aferir a responsabilidade penal do réu, inclusive a confissão no próprio tribunal”.

“A família deseja que essa página infeliz do Espírito Santo seja virada. Esperamos que tudo seja resolvido o mais rápido possível”, completou Renan. 

A defesa de Marcos Venício afirmou que um pedido de habeas corpus também foi impetrado no Supremo Tribunal de Justiça e ainda não foi julgado. A advogada informou que aguarda a decisão da instância superior. “O que estamos defendendo neste momento é um processo justo, onde devem ser resguardados os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa e devido processo legal e, para isso, estamos utilizando os recursos cabíveis”, ressaltou a defesa.

Juri Popular

No mês de junho, a Justiça decidiu que Marcos Venício vai a juri popular. Na mesma decisão, o juiz, Felipe Bertrand Sardenberg Moulin, manteve a prisão preventiva do réu e indeferiu o pedido da defesa de converter a prisão preventiva em domiciliar. Marcos Venicio segue preso do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana.

Retirada do vídeo do processo

De acordo com a decisão do STJ, “é ilícita a gravação de conversa informal entre os policiais e o conduzido ocorrida quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, se não houver prévia comunicação do direito de permanecer em silêncio.” A sentença, entretanto, é referente apenas ao vídeo em questão.

O crime

Gerson Camata foi morto na tarde de 26 de dezembro, de 2018, na Praia do Canto, em Vitória. Na ocasião, o ex-político estava próximo a uma padaria, quando foi abordado pelo suspeito e atingido por um tiro no ombro. Marcos Venício Moreira Andrade foi localizado no mesmo bairro, minutos após o crime e conduzido ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (Dhpp) para prestar esclarecimentos. 

Segundo a Polícia Civil, Marcos justificou o crime, alegando que a motivação foi uma ação judicial movida contra ele por Camata. A ação resultou no bloqueio de R$ 60 mil nas contas no acusado. O acusado trabalhou como assessor de Camata durante quase 20 anos.