O vaqueiro Antônio Marcos Arcendino da Silva, suspeito de matar a fazendeira Vilma Costa Binda de 80 anos, em Montanha, no Norte do Espírito Santo, foi visto em uma lanchonete no centro da cidade na última quarta-feira (24), dia em que cometeu o crime.
Segundo informações da Polícia Civil, ele permaneceu no local das 19h30 às 23h. A idosa havia sido assassinada horas antes, na propriedade rural da família.
De acordo com a polícia, o vaqueiro atraiu Vilma para uma área de pasto com a desculpa de verificar um suposto vazamento. Quando a idosa se abaixou para olhar, foi golpeada na cabeça com um pedaço de madeira.
Após cair, foi atingida novamente. O corpo foi encontrado dois dias depois, em uma área de vegetação próxima a uma cerca da fazenda.
Antônio não era um estranho para a família. Essa era a quarta vez que ele trabalhava na propriedade, onde morava e cuidava do gado. Vilma, conhecida na cidade e de família tradicional, mantinha uma rotina ativa mesmo aos 80 anos. Dirigia, visitava a fazenda todos os dias e acompanhava de perto os trabalhos.
Desaparecimento e buscas
Vilma foi vista pela última vez na quarta-feira (24), quando esteve na fazenda. No mesmo dia, deixou a propriedade e deveria seguir em direção à cidade, mas não retornou para casa. A família só registrou o desaparecimento na quinta-feira (25), 24 horas depois.
As buscas começaram imediatamente e se estenderam até a noite. Na manhã de sexta-feira (26), a polícia recebeu a informação de que o corpo havia sido encontrado. O próprio vaqueiro, em um primeiro momento, disse ter localizado a vítima após notar urubus próximos a uma área de mata.
Apesar da aparente tranquilidade, a polícia já desconfiava da versão do funcionário. Depoimentos de pessoas próximas, incluindo a ex-mulher de Antônio, reforçaram a suspeita. No sábado (27), ele foi preso no distrito de Itamira, em Ponto Belo, município vizinho.
Na delegacia, confessou o crime e mostrou aos policiais onde estavam a caminhonete da vítima e o pedaço de madeira utilizado nas agressões. Segundo a investigação, o crime teve motivação patrimonial: Antônio temia ser descoberto por furtar gado da fazenda. Três cabeças já haviam sido vendidas por R$ 3,5 mil.
O delegado Waldir Marins, titular da Delegacia de Montanha e responsável pela investigação, destacou que não há dúvidas sobre a autoria.
A confissão foi muito detalhada. Apenas ele poderia indicar onde estavam a arma do crime, a chave do veículo e outros elementos que confirmam a participação.”
Waldir Marins, delegado
O crime foi tipificado como latrocínio – roubo seguido de morte. Antônio está preso à disposição da Justiça e responderá pelo assassinato de Vilma.
*Com informações da repórter Luciana Leicht, da TV Vitória/Record