Sandra Helena de Souza, administradora presa e investigada por desviar cerca de R$ 560 mil de uma empresa para a qual prestava serviços, em Vitória, aplicava golpes usando boletos falsos e identidades diferentes para obter vantagens financeiras no Espírito Santo.
O esquema, segundo as investigações da Polícia CIivil, pode ter gerado prejuízos superiores a R$ 1 milhão às vítimas. A Operação Mundo Pequeno identificou que, ao longo de dez meses, foram identificados aproximadamente 60 boletos adulterados.
Veja o que disse o delegado Diego Bermond:
De acordo com o delegado Diego Bermond, titular da unidade, a administradora fraudava boletos que deveriam ser destinados ao pagamento de impostos e despesas da empresa.
A investigada emitia boletos falsos em valores compatíveis com os débitos reais da empresa. O sócio-administrador acreditava que estava quitando despesas, mas os valores eram destinados à conta da pessoa jurídica da suspeita.”
Diego Bermond, delegado
Como funciona a fraude
A mulher trabalhava há sete anos na empresa, que atua na administração de imóveis, e tinha acesso direto à gestão financeira. Para dificultar a detecção da fraude, ela usava intermediadoras financeiras conhecidas no mercado, que repassavam o valor para a conta de sua empresa.
O delegado destacou que, além do montante desviado, o proprietário da empresa, um homem de 72 anos, teve que arcar com R$ 177 mil em multas e juros referentes a pagamentos que não foram realizados corretamente.
Vida de luxo
Durante as apurações, a polícia constatou que a investigada mudou de estilo de vida após iniciar o esquema. Ela saiu de um bairro em Cariacica para morar em um apartamento de frente para a praia, em Itaparica, Vila Velha, comprou um carro importado.
Também foi identificado que viajava com frequência para Domingos Martins e gastava valores incompatíveis com sua renda, declarada como dois a três salários mínimos.
No interrogatório, a suspeita admitiu as fraudes, mas afirmou não saber onde estava o dinheiro, alegando já ter gastado. A Polícia Civil, no entanto, acredita que parte dos valores ainda está oculta.
Ela está presa preventivamente e foi indiciada por estelionato na modalidade fraude eletrônica, com agravantes por ter sido praticado contra idoso e por crime continuado. As penas podem ultrapassar 17 anos de reclusão.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em seus endereços, e a polícia recolheu dois aparelhos celulares, um laptop e o veículo importado.
Segundo Bermond, o caso é emblemático pelo alto valor envolvido e pelo fato de a prisão preventiva ter sido mantida, mesmo tratando-se de um crime sem violência ou grave ameaça.