Um vídeo da Polícia Civil mostra cerca de 12 homens armados invadindo a região do Pingo d’Água, na região da Grande Santa Rita, em Vila Velha, vestidos com uniformes falsos da corporação. Entre eles está um adolescente de 17 anos, apreendido por envolvimento no ataque que matou a estudante Sophia Vial, 15, e a manicure Andressa Conceição, 31, no último sábado (9).
As imagens, registradas em 25 de junho, mostram o grupo portando fuzis, espingardas calibre 12 e pistolas, em uma ação coordenada que simulava uma operação policial.
Veja vídeo:
Segundo o delegado Cleudes Júnior, adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, o adolescente identificados no vídeo é apontado como um autores do crime contra Sophia e Andressa.
Eles também são investigados por participação em outros homicídios e tentativas na mesma região.
Eles usavam uniformes da nossa instituição, muitas armas longas. Esse tipo de ataque, que visa a facção rival, acaba vitimando inocentes, como ocorreu neste caso.
Cleudes Júnior
Vítimas de ataque eram inocentes
A Polícia Civil esclareceu que Sophia e Andressa não tinham ligação com o tráfico e não eram os alvos dos criminosos. Além delas, duas crianças de 6 e 9 anos também foram baleadas. A investigação aponta que o objetivo do ataque era atingir um integrante do Terceiro Comando Puro (TCP), facção rival do PCV.
Os ataques fazem parte da guerra pelo controle de pontos de venda de drogas na chamada “Faixa de Gaza”, área que engloba bairros como Santa Rita, Primeiro de Maio e Zumbi dos Palmares.
A disputa é liderada por Stanley dos Santos da Silva, o “Nego Stanley” ou “Gorila”, ex-membro do TCP que mudou de lado e passou a atuar pelo PCV. Segundo a polícia, ele recruta adolescentes para executar ataques armados, aproveitando-se do fato de que, por serem menores de idade, cumprem penas mais brandas.
A moto usada no crime foi apreendida e será periciada. Os dois menores envolvidos no caso estão internados provisoriamente no Ciasse (Centro Integrado de Atendimento Socioeducativo) e respondem por ato infracional análogo a homicídio qualificado.
As investigações continuam para identificar e prender os mandantes e demais envolvidos.