Polícia

Vídeo mostra fuga de bandidos após apelo do pai de Alice para pararem de atirar

Criminosos atiraram contra carro de uma família e mataram Alice Rodrigues, de 6 anos, na tarde do dia 24 de agosto, na Serra

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Criminosos que participaram da morte da menina Alice fogem em Balneário de Carapebus
Criminosos que participaram da morte da menina Alice fogem em Balneário de Carapebus. Foto: Câmera de videomonitoramento

O pai da menina Alice Rodrigues, de 6 anos, morta na Serra após o carro ser confundido por criminosos durante um ataque a uma facção rival, implorou para os criminosos pararem de atirar contra a família. Um vídeo divulgado pela polícia mostra os criminosos fugindo pelo bairro.

O alvo procurado pelos bandidos estaria participando de um festival de pipas em Balneário de Carapebus, segundo a polícia.

Alice foi morta com um tiro na cabeça no último dia 24 de agosto. Além da menina, o pai foi atingido de raspão e a mãe, grávida, ficou ferida com estilhaços de vidro.

Carro onde estava a menina Alice Rodrigues, 6 anos, morta a tiro em Balneário Carapebus
Carro onde estava a menina Alice Rodrigues. Foto: Reprodução/TV Vitória

O chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa do município, delegado Rodrigo Sandi Mori, explicou em entrevista realizada nesta quinta-feira (28) que como o carro do alvo e o da família eram da mesma cor, os criminosos imediatamente começaram a atirar.

Eles começaram a realizar disparos de dentro do veículo e só pararam quando o pai da vítima desembarcou e pediu ‘pelo amor de Deus para que eles parassem’, pois a filha dele estava dentro do veículo e uma mulher grávida.”

Rodrigo Sandi Mori, delegado

Imagens divulgadas pela polícia mostram os criminosos fugindo do local. Confira:

Inicialmente, os criminosos foram até o bairro com um alvo determinado para ser executado. “Eles deram duas voltas pela rua, não acharam o alvo e quando estavam saindo do bairro acabaram colidindo com o veículo das vítimas e começaram a realizar os disparos”, disse o delegado.

Delegados Agis Macedo, Ricardo Almeida e Rodrigo Sandi Mori durante coletiva de imprensa. Foto: Divulgação/Polícia Civil

Entenda a participação dos suspeitos presos no ataque

Ao todo, 12 pessoas participaram do crime. A polícia, no entanto, não descarta a possibilidade de outros envolvidos. Entre os foragidos estão os três mandantes do crime e outros três executores.

Os envolvidos no crime são:

  • Sérgio Raimundo Soares da Silva Filho (mandante) – foragido;
  • Carlos Alberto dos Santos Gonçalves Júnior (mandante) – foragido;
  • Ryan Alves Cardoso (mandante) – foragido;
  • Marlon Furtado Castro (intermediário) – preso;
  • Maik Rodrigues Furtado (intermediário) – preso;
  • Marina de Paula dos Santos (advogada e intermediária) – presa;
  • Pedro Henrique dos Santos Neves (executor) – preso;
  • Arthur Folli Rocha (olheiro) – preso;
  • Izaque de Oliveira Moreira (responsável pela fuga) – preso;
  • Os executores foragidos não tiveram os nomes divulgados.
Sérgio Raimundo, Carlos Alberto e Ryan Alves estão foragidos. (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

Segundo o delegado, Sérgio é um dos líderes do tráfico de drogas nos bairros Industrial, em Viana, e São Diogo, na Serra. Ele também é apontado como um dos integrantes da cúpula da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV).

Carlos Alberto, de acordo com a polícia, era membro da facção Terceiro Comando Puro (TCP) e teria migrado para o PCV. Ele seria o responsável por diversos ataques que ocorreram na região de Nova Almeida, entre 2023 e 2024. Já Ryan seria um dos líderes do tráfico em Lagoa de Carapebus.

Os três teriam se unido para expandir a área de atuação, que atualmente é dominada pelo TCP. Eles teriam fugido para o Rio de Janeiro e são procurados.

Eles teriam contratado Marlon Furtado Castro e Maik Rodrigues Furtado para identificar alvos a serem executados e escolher quem do grupo do tráfico cometeria o ataque. A dupla, que já foi presa, também teria que disponibilizar as armas. 

Marlon e Maik contrataram Pedro e outros três suspeitos já identificados para executar o crime. Já Izaque foi escolhido para dar fuga aos executores do ataque.

Parte do armamento ficava escondida na casa da advogada Marina de Paula dos Santos, também presa. Ela é namorada de Marlon e, segundo a polícia, também trazia recados do sistema prisional para o grupo.

Marlon Furtado, Maik Rodrigues e Marina de Paula já foram presos. (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

Marina e Marlon teriam contratado Arthur Folli Rocha, também já preso, por R$ 100 para vigiar a movimentação de viaturas entre Novo Horizonte e Balneário de Carapebus.

Ainda segundo a investigação, Marlon e Maik teriam contratado Izaque de Oliveira Moreira para dar fuga ao grupo, caso algo desse errado no ataque aos rivais. Ele teria tentado ajudar Pedro Henrique dos Santos Neves, um dos executores, na fuga, mas os dois acabaram presos.

Arthur Folli, Izaque de Oliveira e Pedro Henrique foram presos. (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

Todos os seis presos foram autuados em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe, perigo comum, impossibilidade de defesa da vítima, uso de arma de fogo de uso restrito e a vítima ser menor de 14 anos.

Eles também foram autuados por dupla tentativa de homicídio, com as mesmas qualificadoras.

Pedro Henrique foi autuado também por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e resistência. Izaque ainda foi autuado por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Marina e Marlon também foram autuados em flagrante por posse ilegal de munições de uso restrito.

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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