Polícia

Vigilante baleado por policial dentro de ônibus na Serra revela detalhes do crime

A vítima conversou com exclusividade com a TV Vitória e contou como foi surpreendido pelo bandido. Além dele, o suspeito foi ferido e um jovem morreu

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O tiro saiu pela lateral do peito Foto: TV Vitória

O vigilante, de 44 anos, baleado dentro de um ônibus do sistema Transcol, que faz a linha 505, conversou com exclusividade com a TV Vitória. A vítima foi ferida nas costas. O tiro saiu pela lateral do peito, atingindo também o braço, cujo osso quebrou deixando-o com fratura exposta.

No dia do assalto, o vigilante contou que tinha passado momentos agradáveis com alguns familiares em Vitória. Quando ele e a esposa resolveram voltar para casa, uma das alternativas era o ônibus que faz a linha 505. “Foi um dia bom, era feriado. Esse foi o primeiro ônibus que veio. Como era feriado, só tínhamos duas opções de ônibus e nós pegamos aquele mesmo”, contou.

A vítima disse que não se lembra onde o assaltante embarcou, mas relatou que o bandido estava muito nervoso quando anunciou o assalto aos passageiros. “Eu vi a arma na mão dele, e eu sabia que seria um assalto. Ele estava gritando e muito nervoso. Dizia que era um assalto”, afirmou.

No mesmo ônibus estava um policial à paisana que tinha acabado de deixar o trabalho e voltava para casa. O policial reagiu e acabou baleando um fiscal de loja, que também estava no coletivo. O jovem de 29 anos, identificado como Cleverton Oliveira Cabral, morreu na hora.

O suspeito, identificado como Fábio, apontou a arma para o PM, que revidou atirando. Cleverton e o vigilante foram atingidos. O suspeito também foi baleado, mas ainda tentou fugir pela praia.

A vítima, também atingida por um dos disparos, revelou que antes de Cleverton pegar os pertences, o bandido exigiu que um outro rapaz recolhesse tudo, mas não conseguiu. “Antes do rapaz ser baleado, ele mandou outro rapaz, que também era passageiro, fazer o serviço, só que esse outro jovem estava muito nervoso. Por ele estar nervoso, ele [Fabio] pegou a bolsa e deu para outra pessoa, que era o Cleverton”.

O policial se identificou e foi quando começaram os disparos Foto: TV Vitória

O vigilante contou que o policial se identificou, e foi quando começaram os disparos. Alguns segundos se passaram até ele se dar conta que tinha sido baleado. “Eu só ouvi os dois tiros e o bandido correndo para a frente. Depois que eu senti que havia me ferido. O policial gritou e efetuou os dois disparos”, destacou.

A vítima ficou 10 dias hospitalizada e passou por duas cirurgias. E por ironia do destino, um dia depois que foi atingido pelo tiro, ao lado da esposa, ela foi assaltada quando seguia para o ponto de ônibus para visitá-lo no hospital. “Foi aqui no bairro mesmo. Eles pegaram o celular dela. Ela já estava abalada e ficou mais ainda”.

Sobre a atitude do PM dentro do coletivo, a vítima não quis falar muita coisa. Ele se limitou a dizer que a Justiça tem que decidir. Abalado psicologicamente, o vigilante espera seguir a vida. “Aos poucos nós vamos, mas desistir nunca. A vida derruba e a gente bate a poeira e vai embora. Pelo menos a gente tem vida, diferente do rapaz que se foi”, disse.

A Polícia Militar se limitou a dizer que a Corregedoria da corporação investiga o caso. O suspeito que foi baleado continua internado no Hospital São Lucas. Segundo a Secretaria de Saúde, ele está estável.