Polícia

Violência contra comunidade LGBTQIA+ aumentou 8,4% no ES

De acordo com o anuário, no Espírito Santo, em 2024, foram registradas o total de 644 ocorrências

Violência LGBTQIA+
Anuário Estadual de Segurança Pública aponta aumento de 8,4% na violência contra LGBTQIA+(Foto: Divulgação/Canva)

Os casos de violência contra vítimas LGBTQIA+ aumentaram 8,4% no Espírito Santo. Os números são do Anuário Estadual de Segurança Pública, divulgado na segunda-feira (12), e compreendem os dados do ano de 2024.

De acordo com o documento, 644 ocorrências foram registradas, um aumento de 8,4% em relação ao ano de 2023.

Leia também:

> Jovem esfaqueada em distribuidora de bebidas segue internada na Serra

> Homem é preso ao ser flagrado com estufa de maconha em casa em Vila Velha

> Homem ataca ex-mulher com celular, socos e chutes em Vila Velha

O Atlas também mostrou que a maioria das vítimas tem entre 15 e 29 anos. Eles são, em sua maioria, pessoas negras e marcadas pela exclusão e pela vulnerabilidade social.

Já no Brasil, entre os anos de 2022 e 2023, houve um crescimento de 35% nos registros de violência contra homossexuais e bissexuais no sistema de saúde.

Os casos envolvendo pessoas transexuais e travestis apresentaram um aumento ainda maior, de 43%.

Entre uma das vidas perdidas para a violência de gênero está a mulher trans Lara Croft. Ela foi morta durante uma abordagem da polícia, registrada no dia 13 de agosto de 2022, no bairro Alto Laje, em Cariacica.

Violência LGBTQIA+: Lara Croft
Lara Croft foi morta em agosto de 2022 (Foto: Arquivo Pessoal)

Em entrevista a reportagem da TV Vitória, mãe de Lara, Silvânia da Costa Santos, descreve que a dor de perder a filha desta forma é algo inconformável.

Na época do crime, segundo versão da Polícia Militar, Lara teria reagido a uma abordagem. Entretanto, familiares e amigos contestam a versão.

Minha filha era amorosa, uma pessoa doce, totalmente feminina, olhavam para ela e esquecia que antes ela havia sido um rapaz. Me tratava com carinho, me deixou muitas saudades.

No ano de 2024, dois anos após o crime, o Ministério Público Estadual denunciou o policial militar acusado de atirar contra a vítima. Silvânia fala o que sentiu ao receber a notícia. “Ela não precisava ser assassinada violentamente daquele jeito. O resto vai fluindo”.

*Com informações da repórter Suellen Araújo, da TV Vitória/ Record