Política

Maioria da Primeira Turma do STF vota por manter prisão preventiva de Zé Trovão

O caminhoneiro bolsonarista é alvo do inquérito sobre as ameaças à democracia e incitação à violência nos atos que organizados para o 7 de Setembro

Maioria da Primeira Turma do STF vota por manter prisão preventiva de Zé Trovão Maioria da Primeira Turma do STF vota por manter prisão preventiva de Zé Trovão Maioria da Primeira Turma do STF vota por manter prisão preventiva de Zé Trovão Maioria da Primeira Turma do STF vota por manter prisão preventiva de Zé Trovão
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal já tem maioria para negar recurso do caminhoneiro bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes e manter sua prisão preventiva por convocar “atos violentos de protesto” para o 7 de Setembro.

O relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, considerou que não havia ‘situação de teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder’ na decisão que decretou a prisão. Além disso, ponderou que não é cabível habeas corpus contra decisão de outro ministro da corte – no caso, Alexandre de Moraes.

O entendimento foi acompanhado pelas ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber. O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no qual a prisão de ‘Zé Trovão’ foi decretada, se declarou impedido. Falta apenas o voto do ministro Dias Toffoli.

O caso é analisado no Plenário virtual do Supremo, ferramenta que permite que os ministros depositem seus votos à distância. O julgamento teve início no último dia 3 e está previsto para terminar no dia 13.

‘Zé Trovão’ está preso desde no final de outubro, quando se entregou para a Polícia Federal em Joinville (SC). Ele ficou foragido da Justiça por mais de 40 dias, chegando a ir para o México sob a alegação de que buscava “asilo político”.

A prisão do caminhoneiro foi decretada à véspera do 7 de Setembro e foi mantida pelo ministro Alexandre de Moraes – relator do inquérito que apura a organização de manifestações violentas no feriado da Independência – sob o entendimento de que o bolsonarista tentava ‘burlar a aplicação da lei penal’.

Zé Trovão também foi alvo de outras medidas cautelares – chegou a ser proibido de se aproximar da Praça dos Três Poderes e foi alvo de buscas no âmbito da mesma operação que atingiu o cantor Sérgio Reis.

Segundo a decisão que determinou as buscas, cumpridas em agosto, a articulação para uma espécie de ‘levante’ no 7 de Setembro teve início com Zé Trovão.

Despacho assinado pelo ministro Alexandre de Moraes diz que o caminhoneiro “incitou seguidores, a pretexto de fazer um pronunciamento sobre uma suposta greve dos caminhoneiros, a invadir o Supremo e o Congresso Nacional e a ‘partir pra cima’ do Presidente e do Relator da CPI da Pandemia de modo a ‘resolver o problema (do aumento) dos combustíveis no Brasil'”.

Além de Zé Trovão, o Supremo investiga o deputado federal Otoni de Paula, o cantor Sérgio Reis e os bolsonaristas Eduardo Oliveira Araújo, Wellington Macedo de Souza, Antônio Galvan, Alexandre Urbano Raitz Petersen, Turíbio Torres, Juliano da Silva Martins e Bruno Henrique Semczeszm, por insuflar a população, por meio das redes sociais, a se insurgir contra as instituições.