Na esteira do julgamento de Jair Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, as ruas voltam a ser palco de disputa neste 7 de Setembro, próximo domingo: manifestantes pró e contra o ex-presidente prometem marcar presença no feriado da Independência.
Nas redes e em grupos de conversas, a mobilização é intensa. Lideranças dos dois lados convocam suas bases, impulsionadas pelo início das sessões do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e pela prisão domiciliar de Bolsonaro – que nesta semana completou um mês e se tornou combustível extra para a adesão aos atos.
A convocação dos bolsonaristas tem sido feita nas principais capitais do País. No Estado, vai se concentrar em Vila Velha, atravessar a Terceira Ponte e finalizar com um ato na Praça do Papa, em Vitória.
Com o tema “Reaja Brasil”, os manifestantes vão para as ruas para defender a anistia de Bolsonaro e de outros réus dos ataques de 8 de janeiro de 2023, além do impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.
De acordo com a presidente do movimento Direita ES, Alexandra da Silva, o ato é organizado pela Direita ES e conta com a participação de diversos outros grupos como: Direita Strong, Direita Raiz, Jovens da Direita, Direita Serra, Direita Guarapari, Frente Conservadora, Movimento dos Caminhoneiros.
Nas redes sociais circula um vídeo das principais lideranças desses movimentos convocando para o ato, que vai iniciar às 12h no posto Moby Dick, na Praia da Costa. A travessia da Terceira Ponte deve ocorrer por volta das 14 horas e o evento deve contar com três trios elétricos.
Políticos bolsonaristas também estão divulgando o evento. “A manifestação é uma iniciativa genuína da população, nascida da indignação e da vontade de defender o Brasil. O protagonismo é do povo”, disse Alexandra.
Grito dos Excluídos
Do outro lado da cidade e na parte da manhã, quem toma as ruas é o tradicional “Grito dos Excluídos” que, neste ano, em sua 31ª edição, tem como tema: “Vida em primeiro lugar – Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia”.
O Grito é organizado pelo Fórum Igrejas e Sociedade em Ação, que conta com 68 entidades entre igrejas católicas e evangélicas, pastorais, centrais sindicais, movimentos sociais e populares e partidos políticos.
De acordo com o coordenador do fórum, Giovanni Lívio, a concentração será às 8h na Praça do Portal do Príncipe (em frente à Rodoviária de Vitória) e, de lá, os manifestantes seguem em passeata e com dois trios elétricos até o Palácio Anchieta.
“Temos mutos gritos para dar na praça, mas esse ano estamos com um cuidado muito grande porque estamos lutando pela soberania brasileira. Democracia e soberania são a bandeira principal do ‘Grito’ neste ano. Como também a questão da ecologia integral. E continuamos gritando contra as injustiças, contra o despejo da Vila Esperança, contra o assassinato de jovens pretos nas periferias… Esses são os gritos que a gente ecoa”, disse Giovanni.
Sobre o posicionamento com relação à principal pauta dos movimentos bolsonaristas, Giovanni respondeu: “Nosso grito é pela soberania e pela democracia, indiretamente quem ouvir vai entender que somos contra a anistia e contra o impeachment de Moraes”.
Políticos de partidos de esquerda também estão se mobilizando para participar e levantar bandeiras contra o ex-presidente.
A defesa da soberania se tornou um dos principais lemas do governo federal após o tarifaço aplicado a produtos brasileiros pelo presidente americano Donald Trump, como forma de retaliação ao julgamento de Bolsonaro.
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