Foto: Canva
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Um advogado denunciado pelo crime de corrupção ativa pelo Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES) está movendo um processo contra o ex-procurador da República do Estado, agora desembargador do Tribunal Federal da 2ª Região (TRF-2), Júlio César de Castilhos no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No processo contra Castilhos, Eberson Bremenkamp Annecchini pede indenização de R$ 20 mil por danos morais devido à denúncia do MPF, que o acusou de oferecer vantagem indevida a um juiz.

Neste caso, o advogado foi absolvido há dois meses pela 2ª Vara Federal Criminal de Vitória e, agora, após apresentação de recurso pelo órgão acusatório, segue para o TRF-2.

Ao STJ, em relação ao processo contra o desembargador, o advogado solicitou gratuidade de justiça, alegando incapacidade econômica. O pedido foi aceito pelo ministro Herman Benjamin, presidente da corte, como divulgado no último dia 13.

Antes de deferir a gratuidade, Benjamin deu 15 dias de prazo para que o advogado apresentasse documentos que comprovassem a necessidade da justiça gratuita. Depois, ao aceitar a solicitação, o ministro escreveu que Annecchini comprovou o estado de incapacidade econômica.

O advogado disse à reportagem que não vai comentar o caso, assim como o MPF que afirmou que não vai “repercutir”.

O TRF-2 também não irá se manifestar e o desembargador não foi localizado. O espaço segue aberto.

Denúncia do MPF-ES

Segundo a acusação do MPF, o advogado, contratado para mover uma ação contra o INSS em 2020, teria oferecido vantagem indevida ao juiz responsável pelo caso, escrevendo: “Nesse exato momento, em que redijo esta peça, poderia anexar um cheque em nome de Vossa Excelência, com a quantia que considerasse conveniente”.

Para o órgão, Annecchini agiu de forma dolosa, visto que demonstrou consciência e vontade de praticar a conduta ao oferecer um cheque ao magistrado, “com a finalidade de praticar ato de ofício, ou seja, decisão favorável por parte do juiz”.

Rejeição da denúncia

Ao rejeitar a denúncia, o juiz Victor Yuri Farina, da 2ª Vara Federal Criminal de Vitória, disse que o advogado utilizou uma “figura de linguagem” com o objetivo de “contestar documento juntado pela Autarquia no processo”.

Além disso, o magistrado afirma que o próprio cliente representado por Annecchini negou conhecer qualquer tentativa de oferta de vantagens indevidas ao juiz.

Julia Camim

Editora de Política

Atuou como repórter de política em jornais do Espírito Santo e fora do Estado. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Atuou como repórter de política em jornais do Espírito Santo e fora do Estado. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.