Política

Aeroporto, hospitais e contornos: as prioridades do governo do ES para 2026

Orçamento previsto para o próximo ano é 8,51% maior do que o de 2025; previdência, saúde e educação recebem maior parte dos recursos

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Complexo de Saúde Norte São Mateus
Complexo de Saúde do Extremo Norte, que está em construção em São Mateus. Foto: Divulgação/Sesa

O governo do Espírito Santo apresentou nesta segunda-feira (29) o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2026. A previsão é de que o orçamento seja 8,51% maior do que o do ano passado, o que representa R$ 2,5 bilhões a mais.

Em 2025, o valor aprovado foi de R$ 29,5 bilhões. Para o próximo ano, será de R$ 32 bilhões, dos quais R$ 29,1 bilhões serão destinados a órgãos do Poder Executivo.

O Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Espírito Santo (IPAJM) é o responsável por consumir a maior fatia do orçamento (19,33%), recebendo quase R$ 6,2 bilhões. Em seguida, as áreas que vão embolsar mais recursos são saúde, com R$ 4,8 bilhões; educação, com pouco mais de R$ 4 bilhões; segurança, R$ 3,9 bilhões; e infraestrutura, R$ 2,2 bilhões.

O projeto foi enviado à Assembleia Legislativa do Estado (Ales) nesta manhã e será analisado e votado pelos deputados estaduais, que terão, cada um, R$ 2,2 milhões para destinar em emendas parlamentares. O valor é o mesmo do orçamento de 2025, como mostrou a Coluna De Olho no Poder.

Investimentos prioritários

Dos recursos que serão utilizados pelo governo estadual, R$ 4,3 bilhões devem ser investidos para realizar obras e melhorias nos serviços públicos. Em entrevista coletiva, o secretário de Estado de Economia e Planejamento (SEP), Álvaro Duboc, pontuou as prioridades que requerem boa parte dos valores.

Na área da saúde, são destaques o Hospital Geral de Cariacica e o Complexo de Saúde do Extremo Norte, em São Mateus. Os recursos também serão utilizados para expandir a atenção primária nos municípios capixabas.

Já para a educação é prevista a ampliação do ensino integral e profissionalizante, além de melhorias e reformas. A expectativa, segundo Duboc, é que 70% das escolas tenham o ensino em tempo integral implementado com os investimentos.

A infraestrutura do Estado também é responsável por grande parte do orçamento devido a projetos rodoviários. O governo prevê a realização de contornos nas cidades de Santa Leopoldina, Santa Teresa, São Mateus e Aracruz. Intervenções também serão realizadas em Conceição da Barra e Piúma.

O Aeroporto de Cachoeiro de Itapemirim e a finalização do Cais das Artes também são destaques. O equipamento cultural localizado na Capital do Estado deve ser entregue até junho de 2026.

Imagem mostra paisagem da Enseada do Suá, em Vitória, com o Cais das Artes, Convento e Terceira Ponte (Foto: Pedro Permuy)
Imagem mostra paisagem da Enseada do Suá, em Vitória, com o Cais das Artes, Convento e Terceira Ponte (Foto: Pedro Permuy)

Os investimentos da Secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb) e da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) serão, majoritariamente, em macrodrenagem e implementação de tecnologias, respectivamente.

Na área de mobilidade urbana e transporte público, a maior parte do recurso disponível (R$ 150 milhões do total de R$ 195 milhões) será aplicada para adquirir ônibus elétricos (50 unidades).

Secretaria de Recuperação do Rio Doce

Novidade do orçamento de 2026, a Secretaria de Recuperação do Rio Doce (Serd) tem R$ 971 milhões do Acordo de Mariana para distribuir entre os oito anexos que abrange, como saúde, pesca e assistência social.

Parte do valor também será destinado a ações estaduais para a melhoria da qualidade ambiental e fortalecimento dos serviços públicos na Bacia do Rio Doce e no litoral norte capixaba.

Despesas do Poder Executivo

O Executivo capixaba quer destinar, conforme a PLOA 2026, a cada órgão, os seguintes valores:

Poder ExecutivoR$ 28.573 bilhões
GovernoR$ 347,140 milhões
Procuradoria-Geral do EstadoR$ 139,180 milhões
ViceR$ 3,565 milhões
Secretaria da FazendaR$ 756,437 milhões
Secretaria de Economia e PlanejamentoR$ 31,715 milhões
Secretaria de Gestão e Recursos HumanosR$ 213,501 milhões
Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e PescaR$ 365,312 milhões
Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação ProfissionalR$ 360,210 milhões
Secretaria de Mobilidade e InfraestruturaR$ 1,807 bilhão
Secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento UrbanoR$ 357,974 milhões
Secretaria de TurismoR$ 35,907 milhões
Secretaria de Esportes e LazerR$ 48,858 milhões
Secretaria da CulturaR$ 173,411 milhões
Secretaria do Meio Ambiente e Recursos HídricosR$ 219,340 milhões
Secretaria da EducaçãoR$ 4,059 bilhões
Secretaria de SaúdeR$ 4,809 bilhões
Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa SocialR$ 2,887 bilhões
Secretaria da JustiçaR$ 1,007 bilhão
Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento SocialR$ 226,582 milhões
Secretaria de Direitos HumanosR$ 334,629 milhões
Secretaria de DesenvolvimentoR$ 74,848 milhões
Secretaria das MulheresR$ 18,722 milhões
Secretaria de Recuperação do Rio DoceR$ 971,873 milhões
Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Espírito SantoR$ 5,661 bilhões (desconsiderando o pagamento de benefícios previdenciários dos demais Poderes)
Encargos geraisR$ 3,662 bilhões

Deste total, parte é destinado a pessoal (R$ 11 bilhões); juros e encargos de dívida (R$ 605 milhões); despesas correntes (R$ 9,2 bilhões); investimentos e inversões financeiras (R$ 5,6 bilhões); amortização de dívida (R$ 553 milhões); e reserva de contingência (R$ 1,5 bilhão).

A reserva de contingência pode ser utilizada caso seja aprovado algum reajuste salarial ou concurso público.

Outros Poderes

Poder Legislativo

  • Assembleia Legislativa: R$ 283,9 milhões
  • Tribunal de Contas: R$ 209,7 milhões

Poder Judiciário

  • R$ 1.697,9 bilhão

Ministério Público

  • R$ 595,3 milhões

Defensoria Pública

  • R$ 140,8 milhões

Ao todo, o aporte da previdência destes órgãos somados chega a R$ 529,4 milhões.

Julia Camim

Editora de Política

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.