Política

Alexandre de Moraes mantém comissão especial da Alerj que avalia impeachment de Witzel

A defesa de Witzel recorreu ao Supremo em julho para travar o processo de impeachment na Alerj

Alexandre de Moraes mantém comissão especial da Alerj que avalia impeachment de Witzel Alexandre de Moraes mantém comissão especial da Alerj que avalia impeachment de Witzel Alexandre de Moraes mantém comissão especial da Alerj que avalia impeachment de Witzel Alexandre de Moraes mantém comissão especial da Alerj que avalia impeachment de Witzel
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, revogou a decisão do presidente da Corte, Dias Toffoli, e manteve a comissão especial formada para avaliar o impeachment do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, afastado do cargo nesta sexta-feira, 28.

A medida garante a continuidade dos trabalhos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) contra o governador, que hoje foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro em esquema de desvio de verbas da saúde no Rio.

Segundo a Lava Jato, o esquema Witzel planejava arrecadar R$ 400 milhões em quatro anos cobrando propina de 5% sobre contratos com organizações sociais da saúde. As vantagens ilícitas seriam lavadas por meio do escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel.

A defesa de Witzel recorreu ao Supremo em julho para travar o processo de impeachment na Alerj, alegando que a Casa descumpriu jurisprudências da Corte ao criar uma comissão especial sem votação e sem proporcionalidade de partidos.

O presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT-RJ) acatou as denúncias contra o governador no dia 10 de junho, na esteira das operações que miram desvios da saúde no Estado e que atingiram Witzel. O petista determinou aos líderes partidários que indicassem nomes para a comissão, eleita com 25 membros, para conduzir o processo de impeachment.

Na avaliação de Moraes, contudo, a Assembleia Legislativa do Rio não cometeu irregularidades na condução do processo de impeachment.

“Não me parece que o ato do Presidente da Assembleia Legislativa tenha desrespeitado o texto constitucional ou mesmo a legislação federal, pois refletiu o consenso da Casa Parlamentar ao determinar que cada um dos partidos políticos, por meio de sua respectiva liderança, indicasse um representante, garantindo ampla participação da ‘maioria’ e da ‘minoria’ na Comissão Especial”, apontou Moraes. “Basta verificar que não houve irresignação por parte de nenhum dos partidos políticos representados na Assembleia Legislativa”.

A decisão de Moraes derruba liminar concedida pelo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, durante o recesso do Judiciário, em julho. Toffoli havia atendido a defesa de Witzel e tinha dissolvido a comissão especial às vésperas do prazo dado ao governador para apresentar sua defesa perante a Assembleia Legislativa.

Na prática, a liminar do presidente do STF havia jogado o processo de afastamento do governador à estaca zero. Com a decisão de Moraes revogando a liminar, os trabalhos da comissão serão retomados na Assembleia.