Política

Analistas entram com representação contra ministro da Transparência

Analistas entram com representação contra ministro da Transparência Analistas entram com representação contra ministro da Transparência Analistas entram com representação contra ministro da Transparência Analistas entram com representação contra ministro da Transparência

São Paulo – Em meio à intensa crise política que se alastra pelas instâncias mais elevadas da administração, o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (UNACON), protocolou nesta quinta-feira, 16, uma representação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra o ministro da Transparência, Torquato Jardim. Segundo os analistas, Torquato sugeriu recentemente que os servidores que não se identificassem com o governo interino de Michel Temer deveriam pedir exoneração.

Na representação, o sindicato aponta que a fala do ministro “adquire contornos anda mais graves ao se constatar que o denunciado ignorou o fato de que os objetivos e os princípios da Administração Pública não se confundem com os do governo”.

O documento pede ainda que o Comitê de Ética avalie se Torquato teria desrespeitado o Código de Conduta da Alta Administração Pública, o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e o Código de Conduta Profissional do Servidor da Controladoria-Geral da União (que foi extinta e teve suas funções absorvidas pelo Ministério da Transparência). O Comitê de Ética é responsável por avaliar a nível administrativo as condutas dos servidores da alta administração do governo federal e, caso descubra alguma irregularidade grave, pode sugerir ao presidente que exonere o ministro ou mesmo encaminhar as suspeitas para outros órgãos de investigação, como o MPF.

Torquato substituiu Fabiano Silveira na pasta após este ser flagrado em conversas gravadas com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) discutindo estratégias de defesa do parlamentar na Lava Jato e até criticando a operação.

No dia 2 de junho, Torquato fez um discurso de apresentação aos servidores do órgão e afirmou que os trabalhos no ministério pressupõem “compatibilidade política, filosófica e ideológica de cada qual com o governo de transição” de Temer. “Quem tiver uma incompatibilidade insuperável, de qualquer tipo, em qualquer circunstância, tenho certeza que terá a dignidade de pedir, espontaneamente, a sua exoneração”, afirmou o ministro

Na representação contra o ministro, o sindicato aponta que a administração pública deve primar pelos princípios da impessoalidade e moralidade e que ‘é dever do analista e do técnico de finanças e controle primar pela atuação imparcial no exercício de suas funções, sem se submeter a diretrizes de governo, a discriminações e a preconceitos’ – como prevê o Código de Conduta Profissional do Servidor da Controladoria-Geral da União.

O documento conta ainda com um parecer do advogado e ex-juiz Márlon Reis, um dos responsáveis pelo projeto de lei da Ficha Limpa.

O ministro informou por meio de sua assessoria que ainda não tomou conhecimento da representação e por isso não vai se manifestar.