Política

Ao negar pedido de doações, Mantega chama Odebrecht de 'ficcionista frustrado'

Ao negar pedido de doações, Mantega chama Odebrecht de ‘ficcionista frustrado’ Ao negar pedido de doações, Mantega chama Odebrecht de ‘ficcionista frustrado’ Ao negar pedido de doações, Mantega chama Odebrecht de ‘ficcionista frustrado’ Ao negar pedido de doações, Mantega chama Odebrecht de ‘ficcionista frustrado’

Brasília – Em depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega disse que não pediu ao empreiteiro Marcelo Odebrecht doações nem ao PT nem à campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República em 2014.

Mantega negou que tenha se envolvido na captação de recursos da campanha e sustentou que sua participação foi restrita à formulação de propostas econômicas e à preparação de respostas para debates eleitorais de Dilma. No depoimento, o ex-ministro chamou Marcelo Odebrecht de “ficcionista frustrado”.

“Captação de recursos para a campanha, não, porque a campanha tinha uma coordenação e um tesoureiro. Cabia ao tesoureiro cumprir essa função. Mesmo porque também eu estava exercendo a atividade de Ministro da Fazenda, que eu posso dizer que não é uma atividade simples e que me absorve a maior parte do tempo”, disse Mantega. “Não pedi doações nem ao PT e nem à campanha da Dilma”, frisou.

O executivo Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome, disse em depoimento à Justiça Eleitoral, que o valor acertado para a campanha presidencial da chapa reeleita em 2014 foi de R$ 150 milhões. Deste total, de acordo com o empresário, R$ 50 milhões eram uma contrapartida à votação da Medida Provisória do Refis, encaminhada ao Congresso em 2009, e que beneficiou a Braskem, empresa controlada pela Odebrecht e que atua na área de química e petroquímica.

“Eu tenho a impressão de que o sr. Marcelo é um ficcionista frustrado. Ele deveria ter entrado para essa profissão, porque ele cria fatos e a maioria deles inverossímeis”, disse Mantega, ao ser indagado sobre as declarações de Marcelo Odebrecht.

O ex-ministro disse que em algumas ocasiões Marcelo Odebrecht lhe falou que queria fazer doações de campanha. “Aí eu disse a ele: muito bem, sempre é necessário. Os partidos precisam de recursos, porém, eu disse, eu não sou a pessoa adequada para isso, tem os canais adequados e desde que seja uma doação legal. Mas algumas vezes ele fez essa abordagem”, relatou Mantega.

“A minha impressão era de que ele queria mostrar serviço, que ele estava querendo ajudar a reeleição da Dilma, embora nós sabemos que ele não tinha nenhuma simpatia pela presidenta”, observou o ex-ministro.