Política

Após acordo, CCJ adia para amanhã análise de parecer que pode salvar Cunha

Após acordo, CCJ adia para amanhã análise de parecer que pode salvar Cunha Após acordo, CCJ adia para amanhã análise de parecer que pode salvar Cunha Após acordo, CCJ adia para amanhã análise de parecer que pode salvar Cunha Após acordo, CCJ adia para amanhã análise de parecer que pode salvar Cunha

Brasília – Após acordo entre líderes partidários, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) adiou para quarta-feira, 8, a votação do parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) que pode salvar o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ter o mandato cassado.

O parecer de Lira, que é aliado de Cunha, foi apresentado nesta segunda-feira, 6, em resposta à consulta feita pelo presidente interino da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), sobre o trâmite de votação de processos disciplinares contra parlamentares pelo plenário da Casa.

Em seu parecer, Lira recomendou que o plenário da Câmara deverá deliberar sobre um projeto de Resolução com a decisão final do Conselho de Ética, e não o parecer do relator. Decidiu também que cabem emendas a esse projeto e que elas não podem ser prejudiciais ao representado.

Além disso, o aliado do presidente afastado da Câmara recomendou que o projeto de Resolução deverá ser “simplesmente arquivado”, com a consequente absolvição do parlamentar processado, caso o projeto seja rejeitado pelo plenário.

O parecer estava previsto para ser discutido e votado na sessão desta terça-feira da CCJ, mas opositores de Cunha já tinham avisado que obstruiriam a votação por meio de instrumentos protelatórios. Além disso, já tinham anunciado que pediriam vistas do relatório, o que adiaria em até duas sessões a votação do parecer.

Com a reação dos opositores de Cunha, o deputado Covatti Filho (PP-RS), que presidente a sessão desta terça-feira da CCJ, sugeriu acordo entre os líderes para adiar a análise do parecer para esta quarta-feira. O adiamento por acordo não impede que opositores do peemedebista peçam vistas na sessão de amanhã.

A ideia da oposição a Cunha é tentar rejeitar o parecer de Arthur Lira, para evitar que Cunha seja favorecido. A estratégia ganhou força principalmente após a deputada Tia Eron (PRB-BA) dar sinais de que pode votar contra a cassação do peemedebista no Conselho de Ética, o que deve selar o resultado favorável ao presidente afastado da Casa.

Favorável

O parecer de Lira pode ajudar Cunha de diferentes formas. Ao propor que o plenário vote um projeto de Resolução e não um parecer, abre-se espaço para que qualquer que seja a decisão final do Conselho de Ética sofra alterações no mérito no plenário. Se o conselho aprovar pedido de cassação, por exemplo, o plenário poderá abrandar a punição.

Arthur Lira deixa claro sua intenção de favorecer o peemedebista ao responder na consulta que é permitido emenda, desde que ela não prejudique o representado. Isso significa que se o conselho aprovar uma suspensão de mandato, por exemplo, o plenário não poderá incluir uma emenda pela cassação.

Outro ponto favorável a Eduardo Cunha abre espaço para o arquivamento sumário de seu processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar. Se o projeto de Resolução – como defende Lira – não for aprovado com os 257 votos necessários, o representado é simplesmente absolvido.

O entendimento em vigor até então na Câmara era que, caso um parecer do conselho fosse derrotado pelo plenário, o que seria colocado em votação na sequência seria a representação original dos partidos. No caso de Cunha, a representação do PSOL e da Rede pede a cassação do mandato.

Validade

Para que tenha validade o parecer de Lira precisa ser acatado pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha. No entanto, 171 deputados poderão questionar a decisão e pedir para que ela seja referendada pelo plenário.