Política

Após autocrítica, governo continuará avaliando manifestações contra Michel Temer

Depois de reconhecer que o governo Michel Temer errou ao tentar minimizar os protestos, auxiliares do presidente admitem que há uma atenção especial à realização das manifestações

Após autocrítica, governo continuará avaliando manifestações contra Michel Temer Após autocrítica, governo continuará avaliando manifestações contra Michel Temer Após autocrítica, governo continuará avaliando manifestações contra Michel Temer Após autocrítica, governo continuará avaliando manifestações contra Michel Temer
Após autocrítica, governo continuará avaliando manifestações contra Michel Temer
Temer continuará avaliando protestos Foto: Agência Brasil

Brasília – Depois de reconhecer que o governo Michel Temer errou ao tentar minimizar os protestos, auxiliares do presidente admitem que há uma atenção especial à realização das manifestações do país e agora estudam uma forma de tentar dialogar com os movimentos para mitigar os efeitos negativos dos atos.

Em ato programado para ocorrer em Brasília durante a votação do processo de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na próxima segunda-feira, 12, os manifestantes pedirão também a saída de Michel Temer da Presidência da República.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) que o governo equivocou-se em algumas avaliações no início, mas que entende as manifestações, que qualquer ato de protesto tem que ser respeitado por ser democrático e que o governo está disposto a dialogar com quem apresente pautas propositivas. “Não há democracia sem que as pessoas possam externar as suas opiniões”, afirmou.

Padilha disse ainda que o governo não tem que interferir em brigas políticas e que rebater o discurso de manifestantes ligados a partidos não é papel do governo. “O governo tem que separar a luta política, aqueles que vão as ruas pedir fora Temer com intenções eleitorais. Isso é uma discussão para ser feita pelos partidos”, afirmou.

Segundo o ministro da Casa Civil, o governo vai avaliar e analisar as demandas que surgirem nas ruas e caso seja apresentada uma pauta de reivindicações está disposto a dialogar. “A exemplo do que fizemos com o movimento dos sem terra essa semana, que conversamos e chegamos a um entendimento, vamos fazer com quem discutir ideias. É assim que se governo”, completou.

Na véspera do primeiro evento externo do presidente Michel Temer, no dia 7 de setembro, em Brasília, e com a ameaça crescente de manifestações em todo o País, o governo buscou aproximação com os movimentos sociais ligados, principalmente, à questão da terra. Depois de os grupos invadirem a sede do Ministério do Planejamento e o Incra, o governo abriu as portas do Planalto e recebeu, dois dias seguidos, para reuniões, os representantes destes movimentos, que apresentaram uma pauta de reivindicações.

Apesar disso, na festividade do dia sete, o governo foi alvo de uma manifestação organizada por movimentos sociais, militantes e estudantes universitários. Enquanto Temer e outras autoridades do Executivo acompanhavam o desfile oficial numa área isolada, cerca de 2,7 mil pessoas cruzaram a Esplanada dos Ministérios para protestar contra o novo governo, segundo cálculo da Polícia Militar do Distrito Federal. Na conta dos organizadores, o público chegou a 5 mil manifestantes.

Discurso anterior

Após o encerramento do desfile, ministros minimizaram as vaias que partiram de convidados de funcionários do Palácio do Planalto. Na ocasião, Padilha questionou o número de pessoas que protestaram: “Quinze, 30 pessoas? Não havia mais de 18 manifestantes.”

Além de vaias, também foram ouvidos gritos de “Fora, Temer” e “golpista” nas arquibancadas. “A democracia pressupõe liberdade de manifestação e, em um contingente desse, dezenas de pessoas se manifestarem é da normalidade”, disse.

Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, afirmou que houve mais aplausos que vaias. O secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, disse que, segundo o grupo de inteligência do Planalto, os protestos vieram de funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). “Os protestos são normais. Continuamos trabalhando para pacificar o País.” O ministro Raul Jungmann (Defesa) considerou “normal” que existam vozes discordantes, “desde que ajam respeitando a lei”.

Um pouco antes do 7 de setembro, Moreira Franco, entretanto, já havia assumido à Coluna do Estadão, que houve erro na condução do processo de impeachment. Em especial, ao não rebater o discurso de que houve golpe, repetido à exaustão pelo PT. “Fomos soberbos. Não foi falta de comunicação, foi falta de combate político. Deixamos prosperar “, disse.