
Após muita discussão entre os vereadores e tumulto na galeria, a Câmara Municipal de Vila Velha aprovou a criação de cotas para pessoas negras, indígenas e quilombolas em concursos públicos e processos seletivos realizados pela administração da cidade canela-verde.
O projeto de lei da vereadora Patrícia Crizanto (PSB), aprovado na sessão de segunda-feira (1º), reserva aos grupos 30% das vagas, abrangendo cargos efetivos, empregos públicos e contratações temporárias.
A votação da matéria foi marcada por uma confusão que começou logo após o vereador Deva (Republicanos) pedir vista – mais tempo para analisar o texto. A possibilidade de adiamento causou incômodo nas pessoas que acompanhavam a sessão na galeria da Casa.
Com a população se manifestando contra o pedido do vereador, a autora do projeto defendeu a medida, dizendo que a solicitação representava uma “atitude de racismo institucional” que tentava “obstruir uma votação legítima.”
A polícia legislativa precisou intervir do lado de fora do plenário e, diante do cenário de exaltação também dos parlamentares, o presidente da Câmara, Osvaldo Maturano (PRD), suspendeu a sessão.
Após uma pausa, os vereadores retornaram para votar o requerimento de vista de Deva. O pedido foi negado, e a votação do projeto, realizada. A aprovação se deu com 12 votos favoráveis – incluindo o do vereador que pediu vista – e um contrário.
Votaram sim os vereadores Ademir Pontini (MDB), Alex Recepute (PRD), Carol Caldeira (DC), Deva (Republicanos), Doutor Hércules (PP), George Alves (Podemos), Leo Pindoba (Podemos), Osvaldo Maturano (PRD), Patrícia Crizanto (PSB), Patrick da Guarda (PL), Rafael Primo (PT) e Thiagão Henker (Podemos).
Devacir Rabello (PL) foi o único a votar contra o projeto de lei. Os demais parlamentares não estavam presentes na sessão.
O texto segue agora para sanção ou veto do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo.