Política

Após debates, começa sabatina de Fachin na CCJ do Senado

Após debates, começa sabatina de Fachin na CCJ do Senado Após debates, começa sabatina de Fachin na CCJ do Senado Após debates, começa sabatina de Fachin na CCJ do Senado Após debates, começa sabatina de Fachin na CCJ do Senado

Brasília – Após cerca de uma hora e quarenta minutos de debates sobre questões de ordem levantadas por senadores que se opõem à indicação de Luiz Fachin ao Supremo Tribunal Federal (STF), começou nesta manhã a sabatina do advogado paranaense na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Desde a indicação do nome do jurista pelo Planalto, há quase um mês, Fachin tem sido alvo de ataques por parte da oposição e de parlamentares do PMDB. O clima de sua sabatina tende a ser marcado por questionamentos sobre suas ligações com movimentos sociais, posicionamento sobre temas ligados a propriedade e a família e por pedidos de explicação sobre o trabalho como procurador do Estado do Paraná em paralelo à atividade de advogado.

Depois da arguição pelos senadores e da votação na CCJ, o jurista paranaense precisa da maioria dos votos do plenário do Senado. A data da votação no plenário ainda não foi marcada pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que já sinalizou que pode deixar a decisão final para a próxima semana.

O Planalto e o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, têm acompanhado de perto os desdobramentos da indicação de Fachin. Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, passou o dia em telefonemas para articular a aprovação do nome do advogado com senadores e integrantes do governo. A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, convidou Calheiros a acompanhá-la na viagem para Santa Catarina, onde aconteceu o enterro do senador Luiz Henrique (PMDB). O gesto foi visto como uma tentativa de aproximação do governo com o presidente do Senado, em meio à dificuldade que Fachin pode enfrentar na Casa.

A sabatina é acompanhada por dois secretários do Ministério da Justiça, Flávio Caetano e Gabriel Sampaio; pelo secretário-geral da presidência do STF, Manoel Carlos de Almeida Neto; pelo governador do Paraná, Beto Richa (PSDB); pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas; e outras autoridades.

Se aprovado, Fachin irá ocupar a vaga aberta pela aposentadoria de Joaquim Barbosa. O ex-ministro anunciou há um ano que iria deixar a Corte e se aposentou oficialmente no final de julho. A escolha do substituto de Joaquim Barbosa é vista no meio jurídico como uma das mais turbulentas do período recente e foi a mais demorada desde a redemocratização.

Prazo para questionamentos

Após muita discussão, a CCJ rejeitou um pedido para estender o prazo de cinco minutos para que senadores façam questionamentos ao jurista. A decisão foi por 19 votos a sete.

Ao pedir mais tempo para a sabatina, o senador Magno Malta (PR-ES) havia reclamado da demora da presidente para indicar o nome de Fachin. “Se ela (Dilma) levou nove meses para parir, por que nós temos que entregar agora o feto?”, questionou. “Isso não é casa de caldo de cana, que fica pronto na hora, é o Senado Federal”.

A sabatina estava prevista para começar às 10h, mas parlamentares que têm resistido ao nome de Fachin trouxeram questões de ordem antes mesmo de o jurista entrar na comissão. Além do pedido para estender as perguntas e pedir para que as perguntas fossem feitas individualmente, seguidas da resposta, e não em bloco, também foi apresentado questionamento sobre o exercício de dupla atividade por Fachin. O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) levantou a questão de ordem e foi apoiado pelo líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO). O pedido chegou a ser votado, mas foi rejeitado.