Política

Após desistência de Ted Cruz, Trump garante nomeação do Partido Republicano

Após desistência de Ted Cruz, Trump garante nomeação do Partido Republicano Após desistência de Ted Cruz, Trump garante nomeação do Partido Republicano Após desistência de Ted Cruz, Trump garante nomeação do Partido Republicano Após desistência de Ted Cruz, Trump garante nomeação do Partido Republicano

Washington – Donald Trump garantiu nesta terça-feira, 3, a nomeação do Partido Republicano à presidência dos EUA com a desistência de seu principal concorrente, Ted Cruz. “Desde o início eu disse que continuaria enquanto houvesse um caminho para a vitória. Hoje parece que esse caminho se fechou”, disse o senador texano depois de sofrer uma derrota devastadora nas primárias de Indiana.

Desprezado pelo establishment e a ala tradicional da legenda, Trump derrotou um número recorde de aspirantes à disputa pela Casa Branca, entre os quais cinco governadores ou ex-governadores e quatro senadores. O bilionário nunca ocupou um cargo público e ganhou o apoio de eleitores republicanos ao se apresentar como um outsider que desafia a estrutura política tradicional americana.

Trump também ganhou seguidores com um discurso nacionalista, xenófobo e crítico da globalização e de acordos comerciais. Quando lançou sua campanha, no dia 16 de junho, o bilionário acusou imigrantes mexicanos de serem estupradores e traficantes de drogas e prometeu construir um muro na fronteira com o país, a ser pago pelo governo vizinho.

A retórica politicamente incorreta de Trump também atingiu os negros e as mulheres, grupos nos quais enfrenta elevada rejeição. O futuro candidato republicano criticou sua então adversária Carly Fiorina por sua aparência e atacou a apresentadora Megyn Kelly, da Fox News. Depois de a jornalista questioná-lo sobre uma série de comentários depreciativos em relação às mulheres durante debate republicano, Trump insinuou que sua postura incisiva se devia ao fato de ela estar supostamente menstruada.

O bilionário será o candidato republicano com menos experiência política e administrativa em décadas. Também será um dos que provocaram maior divisão dentro da legenda. Em seu discurso de vitória ontem, Trump tentou construir pontes, ao elogiar seus concorrentes republicanos e congratular Cruz.

Poucas horas antes, ele havia insinuado que o pai do senador teve envolvimento no assassinato de John Kennedy, em 1963. A acusação não é sustentada em nenhuma prova e foi levantada pelo National Enquirer, um tabloide de fofocas cujos textos têm pouca relação com a realidade.

Além de atacar grupos que o partido esperava conquistar, como hispânicos, negros e mulheres, Trump apresentou uma agenda de política externa que se choca com princípios defendidos por ambos os partidos americanos desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O candidato defende que os EUA abandonem seus compromissos com a defesa de aliados na Europa e na Ásia caso eles não aumentem sua contribuição para financiar tropas americanas. Para ele, é aceitável que Japão e Coreia do Sul tenham armas nucleares para garantir sua segurança, caso os EUA deixem a região.

A primária de Indiana era considerada a última chance do grupo anti-Trump de barrar sua caminhada rumo à candidatura da legenda. Mas o bilionário venceu o Estado com mais de 50% dos votos e com uma diferença de quase 20 pontos porcentuais em relação a Cruz. “Nós iremos atrás de Hillary”, declarou o bilionário, em referência à provável candidata democrata, Hillary Clinton.

A ex-secretária de Estado foi derrotada em Indiana pelo senador Bernie Sanders, mas o resultado não deverá afetar de maneira significativa sua liderança na disputa por delegados. Hillary tem ampla vantagem graças ao apoio dos superdelegados, o grupo de dirigentes da legenda, deputados e senadores que podem votar como quiserem na convenção de julho.