Política

Após sessão com Levy, Senado adia de novo votação sobre mudança na dívida

Após sessão com Levy, Senado adia de novo votação sobre mudança na dívida Após sessão com Levy, Senado adia de novo votação sobre mudança na dívida Após sessão com Levy, Senado adia de novo votação sobre mudança na dívida Após sessão com Levy, Senado adia de novo votação sobre mudança na dívida

Brasília – Após apelo feito durante sete horas e meia de participação em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiu convencer os senadores – pelo menos os do PMDB – a não imprimirem uma nova derrota ao governo e adiarem a votação do projeto que regula em até 30 dias a aplicação do novo indexador da dívida dos Estados.

O acordo com o ministro foi costurado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) e pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da CAE. Os senadores acertaram com Levy que irão apresentar uma emenda ao projeto do novo indexador das dívidas que contemple a proposta apresentada ontem pelo ministro para que Estados e municípios continuem pagando as dívidas nos valores atuais para que, em 2016, o governo federal faça a devolução após a adoção do novo indexador. O dinheiro depositado formará uma espécie de “poupança” reembolsável, seguindo o modelo de renegociação acertada pela Fazenda com o governo do Rio de Janeiro e a prefeitura de São Paulo. “Estamos sendo homologadores de um entendimento entre as partes”, ressaltou.

O senador afirmou que o acordo era “factível” tanto para os governo locais e o federal. “É compatível com a necessidade do governo, que tem problema de caixa, e a necessidade dos Estados e municípios de receber um dinheiro que eles pagarão da dívida”, disse Jucá.

O acordo foi apresentado somente ao final da sessão para que não parecesse uma vitória do governo. Durante a reunião de líderes partidários no meio da tarde não havia sido fechado acordo. Houve desacordo também sobre a derrubada dos pedidos de urgência para que esta matéria e a que tratava da convalidação dos incentivos fiscais terem sido mantidos, a base aliada conseguiu usar manobras regimentais para adiar a votação.

Já no início da sessão, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), colocou em votação um requerimento para inverter a pauta e votar antes a questão da convalidação dos incentivos ficais para os Estados e depois a das dívidas estaduais.

O projeto, considerado polêmico por tratar da guerra fiscal entre os Estados, suscitou um longo debate, o que fez com que o quórum diminuísse o plenário ficasse esvaziado.

Convalidação

Durante a audiência, Levy o ministro da Fazenda também fez um apelo para que o projeto da convalidação não fosse votado pelo Senado, defendendo a aprovação fosse deixada para o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

O ministro justificou o pedido recomendando que a convalidação deveria ocorrer apenas após a unificação das alíquotas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual, o que eliminaria o risco da guerra fiscal para os investidores. “Nem importa o prazo da unificação, oito anos ou dez anos. O que importa é que a unificação do ICMS traz certeza aos investidores. A convalidação dos incentivos atuais pelo Confaz virá com naturalidade assim que a situação se estabilizar”, disse.