Política

Às vésperas da 'lista do Janot', alvos da Lava Jato prestigiam posse de Serraglio

Às vésperas da ‘lista do Janot’, alvos da Lava Jato prestigiam posse de Serraglio Às vésperas da ‘lista do Janot’, alvos da Lava Jato prestigiam posse de Serraglio Às vésperas da ‘lista do Janot’, alvos da Lava Jato prestigiam posse de Serraglio Às vésperas da ‘lista do Janot’, alvos da Lava Jato prestigiam posse de Serraglio

Brasília – Parlamentares investigados na Operação Lava Jato prestigiaram nesta terça-feira, 7, a posse do novo ministro da Justiça, o deputado licenciado Osmar Serraglio (PMDB-PR), no Palácio do Planalto. A cerimônia ocorreu, às vésperas da divulgação da “nova lista” do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com uma segunda leva de deputados e senadores que figuram como alvo de inquérito criminal em razão das delações da Odebrecht no Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os alvos de apuração, compareceram à solenidade os presidentes do PSDB, PP e PMDB, respectivamente, senadores Aécio Neves (MG), Ciro Nogueira (PI) e Romero Jucá (RR) – esse último deslocado hoje formalmente da liderança do governo no Congresso para a do Senado.

Também estiveram presentes outros investigados na Lava Jato, como o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Edison Lobão (PMDB-MA), e os senadores pelo PP Benedito de Lira (AL) e Gladson Cameli (AC) e o socialista Fernando Bezerra (PE).

Juntamente com o séquito liderado pelo presidente Michel Temer, Aécio e Jucá desceram a rampa que liga o terceiro andar do Palácio, onde fica o gabinete presidencial, do segundo andar, local da solenidade de posse.

Citados em delações vazadas de executivos da Odebrecht e que podem ser alvo de investigações no STF, como os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e ministros do governo Temer, como o titular da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), também participaram da solenidade.

O grupo de senadores investigados sentou-se na área reservada a autoridades, em fileiras de frente para Serraglio. A Polícia Federal é vinculada funcionalmente ao Ministério da Justiça. Próximo aos parlamentares estava Rodrigo Janot, responsável pelas investigações contra eles e cuja presença foi mencionada na abertura do discurso por Temer.

No discurso de 13 minutos, em que deu posse a Serraglio e ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, o presidente exaltou o que considera a “festa cívica” do Congresso, diante da expressiva presença de parlamentares, principalmente senadores. Não citou em nenhum momento a Lava Jato nem as delações da Odebrecht. Preferiu exaltar a “integração extraordinária” entre o Planalto e o Congresso e frisar que não tem “problema nenhum” em afirmar que seu governo é parecido com o “semiparlamentarismo”.

“No governo democrático, especialmente quando se quer modificar a cultura política, você tem que saber que quem governa é o Executivo ao lado do Legislativo, e com o Judiciário solucionando eventuais pendências que possam ocorrer. Fazemos isso com convicção”, disse.