Política

Assembleia arquiva projeto que anistia dívidas de produtores rurais no Espírito Santo

Após alguns deputados se posicionarem a favor de renegociação de dívidas de produtores rurais do ES, plenário da Casa acatou parecer da Comissão de Justiça e projeto foi arquivado

Assembleia arquiva projeto que anistia dívidas de produtores rurais no Espírito Santo Assembleia arquiva projeto que anistia dívidas de produtores rurais no Espírito Santo Assembleia arquiva projeto que anistia dívidas de produtores rurais no Espírito Santo Assembleia arquiva projeto que anistia dívidas de produtores rurais no Espírito Santo
Deputado pede que bancos não punam produtores rurais da mesma forma que a natureza já puniu Foto: Divulgação/Assembleia

O projeto de lei (PL) que autoriza o Governo a anistiar as dívidas provenientes de operações de crédito rural contratadas junto aos bancos estaduais – Banestes e Bandes – foi arquivado na sessão desta quarta-feira (2). A proposição, de iniciativa do deputado Pr. Marcos Mansur (PSDB), recebeu parecer da Comissão de Justiça pela inconstitucionalidade.

Após alguns deputados se posicionarem a favor da renegociação das dívidas dos produtores rurais capixabas, o plenário da Casa acabou acatando o parecer da Justiça e, por isso, o projeto foi arquivado. O deputado Enivaldo dos Anjos (PSB) foi único que votou contra o arquivamento do PL.  

“Esse projeto vem em boa oportunidade tratando-se de que o Espírito Santo ainda está vindo de uma seca feroz, que tem praticamente reduzido a produção rural a mais de 70% de perda. Nesse caso, diante dessa calamidade, é necessário que os produtores que têm contrato no Banestes e no Bandes possam merecer um prolongamento dessa dívida”, defendeu Enivaldo dos Anjos. 

E acrescentou:

“Essa matéria deveria ser aprovada e a Mesa Diretora poderia promover uma audiência pública ainda neste ano com os produtores e os presidentes do Bandes e do Banestes, para que possam reprogramar esses investimentos. Não podem utilizar a água nem para irrigar, nem para limpar seus equipamentos”, completou o parlamentar. 

A sugestão da audiência pública foi acatada pelo presidente da Casa, deputado Theodorico Ferraço (DEM).  

“Vamos convocar uma audiência pública, uma vez que nós não podemos recomendar a aprovação desse projeto, já que a Assembleia não tem competência para perdoar dívidas do Banestes e do Bandes. Vamos tentar marcar para semana que vem”, afirmou Ferraço. 

Em seu parecer, a Comissão de Justiça apontou vício de inconstitucionalidade formal na matéria, que só pode ser de iniciativa do governador.

O deputado Freitas (PSB) aproveitou a oportunidade para lembrar que os produtores capixabas vêm sendo castigados pela natureza desde o final de 2013. “Na passagem de 2013 para 2014, esse Estado sofreu com a pior enchente de todos os tempos, devastando aproximadamente 55 municípios do Espírito Santo. Ao final de 2014, a pior seca da nossa história, que intensificou em 2015. Não bastasse, vem a maldita lama”, destacou.  

O deputado Padre Honório (PT) também se manifestou: “Precisamos buscar um caminho alternativo para que esses agricultores não sejam penalizados pelos bancos, porque pela natureza eles já foram penalizados”, ressaltou. 

Outro arquivamento na Casa
O Plenário acabou arquivando também outro projeto que recebeu parecer pela inconstitucionalidade da Comissão de Justiça. Foi o PL 342/2015, do deputado Amaro Neto (PPS), que institui o Circuito Estadual do Turismo Industrial no Estado e dá outras providências. 

Durante a sessão, os deputados aprovaram o Projeto de Resolução 3/2015, que altera o inciso III do artigo 52 do Regimento Interno, que dispõe sobre as competências da Comissão de Cidadania. Na verdade, a matéria especifica melhor os temas sobre os quais cabe ao colegiado opinar: “aspectos e direitos das minorias e setores discriminados tais como os do índio, da criança e do adolescente, do idoso, da juventude, da população LGBT, do negro, quilombolas, ciganos e pessoas com deficiências”. 

Prazos

As outras duas matérias que estavam em regime de urgência continuam em prazo regimental. São elas: PL 244/2015, que é do deputado Enivaldo dos Anjos e institui o desmatamento zero no Estado com a proibição da supressão de florestas nativas (prazo na Comissão de Agricultura); e PL 476/2015, iniciativa do Executivo que dá nova redação à Lei 8360/2006, que instituiu o Fundo de Modernização e Desenvolvimento Fazendário (Prazo na Comissão de Justiça).