Política

Assembleia gaúcha derruba plebiscito para privatização de estatais

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O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (MDB), sofreu uma dura derrota na noite de terça-feira, 5, na Assembleia Legislativa gaúcha. Por 29 votos a 23, os deputados estaduais rejeitaram a antecipação de plebiscito sobre a privatização de três empresas de energia do Estado – Sulgás, Companhia Estadual de Energia Elétrica e Companhia Riograndense de Mineração – pleiteada pelo emedebista.

Sartori tentava diminuir de 150 dias para 90 o prazo de autorização para a consulta popular, com a intenção de que o plebiscito fosse realizado juntamente com as eleições, em outubro.

O deputado Gabriel Souza, líder do governo na Assembleia, culpou o PSDB. Três dos quatro deputados tucanos foram contra a antecipação da consulta. “Foi um movimento eleitoral, que negou à população a possibilidade de decidir sobre esse assunto”, afirmou à reportagem. O governo precisava de 28 votos. Se tivesse o “sim” dos deputados do PSDB e do PTB, que está na chapa do pré-candidato tucano ao governo do Estado, a matéria seria aprovada. A legislação gaúcha exige consulta popular para privatizações de estatais de energia.

O emedebista lembrou que os tucanos compuseram, até o início do ano, a base de Sartori e possuíam a Secretaria de Minas e Energia do Estado, responsável pelas empresas públicas que o governo pretende vender. “O PSDB, que sempre se disse a favor das privatizações, simplesmente votou contra o plebiscito”, disse Souza.

O deputado Lucas Redecker, líder da bancada do PSDB na Assembleia e ex-secretário de Minas e Energia no governo Sartori, disse à reportagem que seu partido continua sendo a favor das privatizações, mas é contra a realização do plebiscito juntamente com as eleições. “Nossa posição é justamente que o debate seja exclusivo para o plebiscito”, afirmou Redecker.

Segundo Redecker, pesquisas internas de seu partido indicam que 60% dos eleitores gaúchos são contra a venda das estatais e que, por isso, seria necessário mais tempo para o debate. “Se não tivermos prazo maior para debater com a sociedade o que nós pensamos de fato, sem a interferência de outros temas, é evidente que podemos sair derrotados”, declarou Redecker.

O governo do Rio Grande do Sul vive uma severa crise financeira, com uma dívida na casa dos R$ 76 bilhões. A atual gestão não consegue pagar em dia os servidores públicos e foi obrigada a buscar ajuda federal.