Política

Auditor da Receita vendeu Ferrari para 'maquiar' patrimônio milionário, diz PF

O fiscal é suspeito de ser beneficiário de um esquema de propina de R$ 160 milhões para agilizar a liberação de créditos tributários de R$ 2 bilhões do Fisco para a JBS

Auditor da Receita vendeu Ferrari para ‘maquiar’ patrimônio milionário, diz PF Auditor da Receita vendeu Ferrari para ‘maquiar’ patrimônio milionário, diz PF Auditor da Receita vendeu Ferrari para ‘maquiar’ patrimônio milionário, diz PF Auditor da Receita vendeu Ferrari para ‘maquiar’ patrimônio milionário, diz PF
Auditor da Receita vendeu Ferrari para 'maquiar' patrimônio milionário, diz PF
Segundo o delegado da Polícia Federal Alberto Ferreira Neto, o auditor fez uma “maquiagem no patrimônio”

São Paulo – O auditor Clóvis da Costa, da Receita Federal, alvo da Operação Baixo Augusta, deflagrada nesta segunda-feira, 11, tentou “maquiar” seu patrimônio após a delação da JBS ter se tornado pública em maio. O fiscal é suspeito de ser beneficiário de um esquema de propina de R$ 160 milhões para agilizar a liberação de créditos tributários de R$ 2 bilhões do Fisco para a JBS.

Segundo o delegado da Polícia Federal Alberto Ferreira Neto, o auditor fez uma “maquiagem no patrimônio”. O fiscal chegou a vender uma Ferrari. O delegado apontou também que o auditor pegou um empréstimo de R$ 500 mil com a empresa da mulher como forma de justificar o patrimônio.

“Retificadora de imposto de renda, venda de imóveis, colocação de bens em nome de pessoas interpostas próximas a eles, empresas de terceiros com procuração. Ele colocou um nome do parente, o parente deu a procuração para ele”, apontou o delegado. “Foi muito característico. Logo após ser tornada pública (a delação) começaram as retificadoras”, afirmou.

De acordo com os investigadores, o nome da operação – Baixo Augusta – se deve ao fato de o local de trabalho de Clóvis da Costa ser exatamente em um prédio da Receita onde o próprio auditor trabalha, na Rua Augusta, região central de São Paulo.

A investigação é um desdobramento da Lava Jato. Os agentes cumprem 14 mandados de busca e apreensão na capital paulista e em outros quatro municípios – Caraguatatuba, Campos do Jordão, Cotia e Lins, todos no Estado de São Paulo.

Defesas

“Em relação à Operação Baixo Augusta, a JBS esclarece que a empresa não é alvo da operação e que, conforme mencionado pelo Ministério Público Federal em nota divulgada hoje, os valores recebidos referem-se a créditos tributários legitimamente devidos à empresa”, disse a empresa por meio de nota.

A J&F também se manifestou informando que “não é alvo da Operação Baixo Augusta. A empresa não fará comentários sobre a ação que está sendo realizada hoje e que decorre do acordo de colaboração firmado com a Justiça. A J&F reitera ainda que, conforme nota divulgada pelo MPF, os créditos à JBS são recursos legítimos que a companhia teria a receber do Fisco”, diz o texto.

O espaço esta aberto para manifestação de defesa do auditor Clóvis da Costa.