Política

Barbosa pede apoio para flexibilizar meta, mas PT quer ainda mais espaço fiscal

Barbosa pede apoio para flexibilizar meta, mas PT quer ainda mais espaço fiscal Barbosa pede apoio para flexibilizar meta, mas PT quer ainda mais espaço fiscal Barbosa pede apoio para flexibilizar meta, mas PT quer ainda mais espaço fiscal Barbosa pede apoio para flexibilizar meta, mas PT quer ainda mais espaço fiscal

Brasília – Em meio à crise e com o desenho de um déficit fiscal para o fim do ano, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, recebeu nesta terça-feira, 8, deputados do PT para um café da manhã e pediu que os parlamentares apoiassem o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN), que reduz a meta fiscal em R$ 84,2 bilhões. A medida foi anunciada pelo ministro em fevereiro, mas ainda não foi enviado ao Parlamento.

Mesmo com esse difícil cenário, o PT quer que a flexibilização seja ainda maior, em torno de R$ 90 a 100 bilhões. “Identificamos a necessidade de espaço fiscal, precisamos do Congresso Nacional, e estamos reivindicando isso enfaticamente, para que (o governo) envie um PLN para abrir um espaço fiscal para destinar recursos à Saúde, Minha Casa, Minha Vida, as políticas da agricultura familiar, obras de água para melhorar a qualidade de vida no nosso povo”, disse o líder do partido Afonso Florence (BA) ao deixar a sede da Fazenda.

A proposta que o governo deve enviar possibilita, em 2016, um déficit Fiscal de R$ 60,2 bilhões.

Sobre a medida mais polêmica enviada pelo governo ao Congresso, a recriação da CPMF, o PT se diz convicto de que o tributo atingirá apenas os ricos. “Esse não é um imposto para todos, é um imposto para ricos”, afirmou o líder.

Após o encontro, Florence evitou criticar o atual ministro da Fazenda e ressaltou que o governo e o PT têm várias convicções em comum, entre eles o PLN que abre maior espaço fiscal e que deve ser enviado ao Congresso ainda em março. “Essa é a proximidade enorme entre a posição do governo e a do PT”, destacou.

Sobre outro tópico polêmico das discussões, a Previdência Social, o parlamentar ressaltou que o governo tem tomado as ações necessárias para a reforma da Previdência, mas frisou que neste momento o País tem outras prioridades.

Para o deputado Henrique Fontana (PT-RS), um dos 35 deputados presentes no café da manhã, primeiro é preciso enfrentar a crise política. “O grande problema do nosso país hoje é a crise política, nós vamos trabalhar para superar esses obstáculos”, disse o deputado.

A maior crítica feita pelo líder foi à política econômica adotada em 2015, da qual Barbosa fez parte como ministro do Planejamento. Segundo Florence, é possível aliar espaço fiscal ao rigor fiscal necessário na crise.

O líder avaliou que, em 2015, a decisão do governo de cortar gastos veio acompanhada de uma queda nas receitas. “Solução fiscal não é só corte de gasto, é também retomada da arrecadação e isso depende da atividade econômica”, frisou.

Mesmo com o fraco desempenho da economia, Florence afirmou que a avaliação do PT sobre Barbosa é “boa”. “Temos medidas importantes como anúncio para o crédito do micro e pequeno empreendedor, essa é uma decisão importante do governo. Precisamos de crédito para poder investir e ter capital de giro”, disse.