Política

Base aliada se mobiliza para evitar votação da PEC da Bengala na Câmara

Base aliada se mobiliza para evitar votação da PEC da Bengala na Câmara Base aliada se mobiliza para evitar votação da PEC da Bengala na Câmara Base aliada se mobiliza para evitar votação da PEC da Bengala na Câmara Base aliada se mobiliza para evitar votação da PEC da Bengala na Câmara

Brasília – O Palácio do Planalto mobilizou sua base aliada na Câmara dos Deputados para impedir a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que eleva de 70 para 75 anos de idade a aposentadoria dos magistrados, a chamada PEC da Bengala. Líderes dos partidos governistas vão pedir para que o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) adie por 30 dias a apreciação da matéria em plenário.

Segundo o líder da bancada do PT, Sibá Machado (AC), os aliados ainda têm dúvidas sobre os efeitos da mudança. Se a proposta for aprovada, a presidente Dilma Rousseff pode ficar sem indicar quatro novos ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele acusou o PSDB de querer politizar a PEC e disse que, se o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tivesse sido eleito, ele também iria reivindicar o direito de nomear novos ministros do STF. “Quem venceu as eleições, na nossa regra, vai indicar (os ministros)”, declarou.

Nesta segunda-feira, 09, o presidente da Casa sinalizou com a possibilidade de colocar o assunto em votação no plenário nesta semana. Sibá revelou que entre as dúvidas apresentadas pelos líderes estão as mudanças na questão previdenciária da magistratura (cálculo do tempo de serviço e de contribuição), a possibilidade de aumento dos pedidos de aposentadoria precoce dos juízes e o tempo de transição para a nova regra. “Ao se mexer na estrutura da reeleição, valeu para aquela eleição. Isso é muito ruim para a democracia. Qualquer mudança dessa natureza tem de valer para o futuro”, acrescentou.

Na manhã desta terça-feira, 10, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) foi convidado para conversar com os líderes da base governista. Contrário à PEC da Bengala, o presidente da entidade, João Ricardo dos Santos Costa, defendeu a aprovação de alternativas à proposta, como o estabelecimento de mandato para juízes de instâncias superiores “para não engessar os tribunais”. Em sua avaliação, a PEC da Bengala atende a interesses individuais de magistrados que se aproximam dos 70 anos e querem continuar na ativa por questões salariais. “O que precisa ser focado é a oxigenação dos tribunais”, defendeu.