Política

Bolsonaro diz assumir responsabilidade por inflação após demitir ministro

No discurso, Bolsonaro voltou a culpar governadores e prefeitos pelo que chama de "abre e fecha" do comércio e serviços na pandemia.

Bolsonaro diz assumir responsabilidade por inflação após demitir ministro Bolsonaro diz assumir responsabilidade por inflação após demitir ministro Bolsonaro diz assumir responsabilidade por inflação após demitir ministro Bolsonaro diz assumir responsabilidade por inflação após demitir ministro
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
O agora Ex-Ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque foi demitido nesta quarta-feira (11)

Pressionado pelo custo eleitoral da inflação, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, afirmou nesta quinta-feira, 12, que assume a “responsabilidade” pela alta dos preços no País. A declaração foi dada um dia depois da demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

“O Brasil está tendo inflação, aumento de combustíveis, sei disso e assumo a minha responsabilidade”, afirmou o presidente, sem citar qual seria seu grau de responsabilidade pela crise econômica, em visita à 10ª Feibanana, em Pariquera-Açú, no Vale do Ribeira, em São Paulo.

No discurso, Bolsonaro voltou a culpar governadores e prefeitos pelo que chama de “abre e fecha” do comércio e serviços na pandemia. Segundo ele, a consequência disso foi uma inflação generalizada no mundo todo. “O Brasil é um dos que menos estão sofrendo com a questão da inflação”, afirmou.

Bolsonaro tem buscado minimizar os efeitos da inflação e colocado a culpa na Petrobras, que reajusta os preços conforme a cotação internacional do petróleo. O presidente já classificou o lucro da estatal como um “estupro”.

Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 1,06% e, no acumulado de 12 meses, fechou em 12,13%. A saída de Bento Albuquerque se deu no mesmo dia da divulgação do índice de preços.

Como mostrou o Estadão, os indicadores frearam a recuperação de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 11, mostrou que a economia aflige 50% dos eleitores – 14% disseram outros problemas e 13% citaram a pandemia.

Ao lado do presidente, estavam o ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a deputada Carla Zambelli (PSL) e outros aliados.

LEIA TAMBÉM: Novo ministro diz que pedirá estudos para privatizar Petrobras e estatal do pré-sal

Em tom de campanha, mencionou que ele e Tarcísio fato de os dois terem frequentado a Academia Militar das Agulhas Negras e citou ações de expansão do plano ferroviário nacional em sua gestão. Em um aceno ao mercado e às cobranças por privatizações, o presidente ainda afirmou que “quem cria emprego não é o governo federal, e sim a iniciativa privada”, mas que o setor público colabora com os que empregam no País. “Primeiramente, não atrapalhando quem quer produzir.”