
O laudo médico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), divulgado nesta quarta-feira (17), mostra que das oito lesões de pele retiradas em procedimento cirúrgico no domingo (14), duas eram cancerígenas.
Bolsonaro (PL) teve alta hospitalar após ser internado por sentir falta de ar e ter tido episódios de vômito na terça-feira (16). Depois de menos de 24h no hospital, ele volta para prisão domiciliar.
De acordo com Cláudio Birolini, médico que o acompanhou durante a internação no hospital DF Star, ainda há outras manchas no corpo que precisarão ser observadas e, possivelmente, retiradas no futuro.
Não há previsão de que Bolsonaro precise retornar ao hospital. Os atendimentos poderão ser realizados em casa. A retirada das lesões, ainda segundo Birolini, são o bastante para afastar a evolução da doença. Por isso, não será preciso submetê-lo a tratamentos de rádio ou quimioterapia.
“Não há (previsão de mais tratamentos), apenas o seguimento e reavaliação clínica. E ele tem outras lesões de pele também. Não dá para tirar todas porque é muita coisa”, afirmou Birolini em coletiva.
Apesar de o ex-presidente estar fora de risco no momento, o médico afirma ser necessário o acompanhamento, pois pode haver outros, carcinomas, como são chamadas essas lesões.
“Se você não operar esse tipo de lesão, é uma sentença de morte”, alerta.
As lesões de pele de Bolsonaro já haviam sido constatadas pela equipe médica em abril deste ano, quando o ex-presidente foi submetido a uma cirurgia para tratar de consequências da facada de que foi vítima em 2018. Os médicos optaram por tratá-la somente agora.
“Aconteceu bastante coisa desde abril. Foi o momento que tivemos a oportunidade de fazer isso.”
O bletim médico divulgado relata que “o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi admitido no Hospital DF Star na tarde do dia 16 de setembro, devido a quadro de vômitos, tontura, queda da pressão arterial e pré-síncope. Apresentou melhora dos sintomas e da função renal após hidratação e tratamento medicamentoso por via endovenosa”.
“O laudo anátomo patológico das lesões cutâneas operadas no domingo mostrou a presença de carcinoma de células escamosas ‘in situ’, em duas das oito lesões removidas, com a necessidade de acompanhamento clínico e reavaliação periódica. Recebe alta hospitalar, mantendo o acompanhamento médico”, complementa o documento.
O médico Cláudio Birolini, diretor de cirurgia geral do Hospital das Clínicas da USP e médico pessoal do ex-presidente, viajou à capital federal para acompanhar o tratamento.
Ainda na terça-feira, Bolsonaro passou por exames, foi medicado e recebeu a indicação de não ingerir alimentos sólidos.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) visitou o pai no dia da internação e atribuiu o mal estar à decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal federal (STF) que condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão pela trama golpista. Também pediu “trégua” ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, a quem se referiu como “terrorista”.