Política

"Brasil quase voltou a uma ditadura porque grupo político não sabe perder eleições", diz Moraes

Ministro relator da ação que julga tentativa de golpe lembrou dos acampamentos golpistas montados em frente aos quartéis do Exército

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 O ministro relator Alexandre de Moraes durante sessão de julgamento dos réus do Núcleo 1 da trama golpista Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro relator Alexandre de Moraes durante sessão de julgamento dos réus do Núcleo 1 da trama golpista Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9) que, muitos se esquecem aos poucos que o Brasil quase voltou a uma ditadura que durou 20 anos – em referência à ditadura militar -, “porque uma organização criminosa, constituída por um grupo político, não sabe perder eleições”.

“Porque uma organização criminosa, constituída por um grupo político, liderada por Jair Bolsonaro, não sabe um princípio democrático e republicano: a alternância de poder. Quem perde, vira oposição e disputa as próximas eleições. Quem ganha, assume e tenta se manter nas eleições, mas tenta se manter pelo voto popular. Não tenta se manter utilizando órgãos do Estado, coagindo, ameaçando gravemente, deslegitimando o poder judiciário do seu país e a Justiça Eleitoral. Não tenta se manter com bombas em aeroportos. Não tenta se manter com a destituição da diplomação do seu adversário político que venceu. Não tenta se manter organizando a festa da Selma, com invasão e depredação da sede dos Três Poderes”, apontou.

“Isso não é democracia, isso não é Estado Democrático de Direito”, enfatizou.

Acampamentos

Em seguida, Moraes lembrou dos acampamentos golpistas montados em frente aos quartéis do Exército, com pedidos de volta da ditadura. Moraes destacou que a organização criminosa sob julgamento mantinha o seu contato com os líderes dos acampamentos por meio do general Braga Netto.

O ministro destacou o vídeo em que Braga Netto diz aos apoiadores que “não percam a fé”, ponderando que a gravação é uma “clara confissão de unidade de desígnios para a prática da tentativa de golpe militar do dia 8 de janeiro de 2023“.