Câmara de Vitória exonera empresário investigado por corrupção em Colatina Câmara de Vitória exonera empresário investigado por corrupção em Colatina Câmara de Vitória exonera empresário investigado por corrupção em Colatina Câmara de Vitória exonera empresário investigado por corrupção em Colatina
O empresário e ex-servidor da Câmara de Vitória Paulo Henrique Caldeira Miranda. Foto: Reprodução/Instagram @phmiranda
O empresário e ex-servidor da Câmara de Vitória Paulo Henrique Caldeira Miranda. Foto: Reprodução/Instagram @phmiranda

O empresário investigado em um caso de improbidade administrativa envolvendo a Festa da Cidade de Colatina em 2025, Paulo Henrique Caldeira Miranda, foi exonerado da Câmara Municipal de Vitória nesta segunda-feira (25). Ele era assessor pleno da Casa desde março deste ano.

Conforme assessoria da Câmara, o servidor comissionado foi exonerado “imediatamente”, “assim que a Presidência tomou conhecimento do caso pela imprensa”. A exoneração já foi publicada no diário do Legislativo.

A medida foi adotada enquanto se aguarda a apuração dos fatos pelas autoridades competentes. Comprometida com a ética, a legalidade e a transparência no serviço público, a Câmara acompanhará com atenção o desenrolar do caso.

Câmara de Vitória, em nota.

Contrato irregular

O empresário é apontado como o dono da +707 Soluções em Marketing e Eventos LTDA., que, segundo o Ministério Público do Estado (MPES), foi contratada pela secretária de Cultura e Turismo de Colatina, Loressa Pagani Campostrini Pretti, irregularmente.

Como alega o MPES, a secretária teria firmado o contrato “de forma dolosa e com desvio de finalidade”, desconsiderando as recomendações técnicas da Procuradoria Municipal. O valor do contrato é de R$ 381,4 mil, mesmo valor bloqueado pela Justiça.

Segundo a decisão da Vara da Fazenda Pública Estadual, Municipal, de Registros Públicos e Meio Ambiente de Colatina, assinada na última quinta-feira (21), foram apontadas diversas irregularidades no edital de contratação e recomendações técnicas para que ele fosse adequado à lei de licitações.

Apesar disso, a secretária “agindo de maneira consciente e deliberada, desconsiderou tais
recomendações, mantendo o ‘chamamento público’ que mascarava uma permissão ou concessão irregular em favor da empresa para que esta então pudesse explorar comercial o espaço público como se fosse simples patrocínio“.

Sendo assim, o juiz Menandro Taufner Gomes entendeu que “as ações da Secretária, em benefício indevido à empresa particular, geraram uma vantagem financeira de origem ilícita e prejuízo ao erário, sem qualquer expectativa de ressarcimento”.

Paulo Henrique e sua empresa, então, teriam recebido “privilégio imotivado e indevido” para a realização da festividade.

A defesa do ex-servidor da Câmara de Vitória não foi localizada. A reportagem tentou contato direto com ele utilizando número de telefone disponível no site da empresa, mas também não obteve sucesso. O espaço segue aberto para manifestações.

O que diz a Prefeitura de Colatina

A prefeitura informou que a organização do evento esteve a cargo da Secretaria Municipal de Cultura e da comissão de festa.

Também afirma que é importante ressaltar que a secretária não foi afastada e os contratos não foram suspensos.

“Esse contrato não se trata de pagamento direto, mas de um patrocínio em que a empresa vencedora fornece serviços para a festa, como segurança, vistorias e transmissão. Em contrapartida, há ações de publicidade em espaço delimitado do evento. A contratação foi realizada por meio de Chamamento Público, aberto à participação de qualquer empresa, devidamente publicado no PNCP e DOM/ES.

Toda a estrutura e atrações nacionais e locais custaram aproximadamente R$ 5 milhões, e não R$ 8 milhões como foi mencionado na ação.

Por ser a primeira vez que esse formato de festividade é realizado em Colatina, a Prefeitura entende que dúvidas possam ter surgido, mas confia que os esclarecimentos já prestados levarão ao reconhecimento da legalidade e à extinção da ação”.

Julia Camim

Editora de Política

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.