Prefeitura de Marechal Floriano
Foto: Reprodução/Prefeitura de Marechal Floriano

A Câmara Municipal de Marechal Floriano instaurou uma Comissão Processante para apurar uma denúncia recebida pelo Legislativo contra o prefeito da cidade, Lidiney Gobbi (PP). Segundo a Casa, há uma série de anexos que apontam possíveis infrações político-administrativas.

O grupo, que teve a primeira reunião nesta segunda-feira (10), tem 90 dias para investigar a denúncia e apresentar o relatório final, que pode resultar no arquivamento do processo ou na cassação do mandato do prefeito.

A denúncia foi protocolada no último dia 3 e, na sessão do dia 5, os vereadores aprovaram por dez votos a zero seu recebimento.

O prefeito disse à reportagem que está “tranquilo”. “Eu ainda não fui notificado, mas estou tranquilo. Nunca me envolvi com coisa errada. Toda a sociedade tem direito de investigar.”

Os parlamentares vão apurar irregularidades relacionadas a fraudes em licitação, como:

  • Alterações nas datas das publicações oficiais, com processos licitatórios do exercício de 2025 divulgados com anos anteriores, como 1980, 1972 e 2000;
  • Possível direcionamento e favorecimento de empresas em processos de compras públicas;
  • Falta de transparência em atos administrativos;
  • Início de obras sem a devida licitação e sem a formalização de contratos.

Vão compor a comissão os vereadores Vaninho Stein (Podemos), presidente do grupo; Chapolim Frasson (MDB), secretário; Diogo da Amar (Podemos), relator.

A origem da denúncia

O denunciante, morador do município, afirma ter verificado inconsistências em documentações técnicas disponíveis no portal oficial de licitações de Marechal Floriano entre julho e outubro de 2025.

Após analisar os documentos, ele teria ficado “indignado com a gravidade das irregularidades apontadas e com o potencial prejuízo ao interesse público, à transparência administrativa e aos princípios constitucionais que regem a Administração Pública Municipal.”

Sendo assim, o morador decidiu apresentar a denúncia à Câmara.

As irregularidades foram “documentadas de forma técnica, sistemática e autenticada”, e indicam um padrão que demonstra sistematicidade nas ocorrências.

Segundo o documento, primeiro as publicações ocorriam com a data correta e depois eram alteradas para anos anteriores. O objetivo seria “inviabilizar ou limitar a competitividade nos certames, notadamente nos casos das dispensas.”

O presidente da comissão, Vaninho Stein, disse à reportagem que a investigação será conduzida com transparência, e o direito à defesa do prefeito, garantido.

Julia Camim

Editora de Política

Atuou como repórter de política em jornais do Espírito Santo e fora do Estado. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Atuou como repórter de política em jornais do Espírito Santo e fora do Estado. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.