Política

Candidatos ao governo de SP divergem quanto ao uso de câmeras por policiais

Candidatos ao governo de SP divergem quanto ao uso de câmeras por policiais Candidatos ao governo de SP divergem quanto ao uso de câmeras por policiais Candidatos ao governo de SP divergem quanto ao uso de câmeras por policiais Candidatos ao governo de SP divergem quanto ao uso de câmeras por policiais

A instalação de câmeras em uniformes de policiais virou tema eleitoral e confronta os pré-candidatos líderes de intenção de voto para o governo de São Paulo. A medida, implementada no começo do ano passado pelo ex-governador João Doria e levada adiante pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), é criticada pelo ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, e elogiada por Fernando Haddad (PT), além do próprio Garcia.

Como mostrou o Estadão, os dispositivos ajudam a explicar a queda da letalidade policial ao menor nível desde 2005, embora não sejam apontados como os únicos responsáveis por isso. A iniciativa funciona em 58 batalhões do Estado, através de 8,1 mil equipamentos. A expectativa é que até o fim do próximo mês este total chegue a mais de 10 mil.

Em entrevistas e publicações nas redes sociais, os pré-candidatos fazem questão de demarcar suas posições sobre o tema, considerado relevante. Com a percepção de violência em alta na capital paulista, a segurança pública caminha para ser uma das grandes questões às quais os postulantes ao governo precisarão apresentar respostas este ano. O petista Fernando Haddad, que aparece na dianteira das pesquisas de intenção de voto para o Bandeirantes, já prometeu que, se eleito, vai manter a iniciativa implementada por Doria e tentar aprimorá-la.

“Vou manter as câmeras nos uniformes policiais e fazer um plano de metas de redução da criminalidade, com aumento da resolutividade dos crimes associado a um plano de valorização dos trabalhadores da segurança – tanto policiais civis, quanto policiais militares”, afirmou, no fim de maio.

Já Tarcísio de Freitas critica o equipamento e defende reavaliar o uso. O ex-ministro bolsonarista defende que o Estado “monitore os criminosos”, não a polícia, e classificou o programa como um “voto de desconfiança” aos agentes de segurança.

“Câmera é inibidor da tomada de decisão, é um voto de desconfiança que você dá para o policial”, afirmou, em entrevista à revista Veja. “Às vezes, é inibidor daquela pessoa que quer fazer uma denúncia, e aquele policial não recebe aquela denúncia; às vezes, ele mesmo sente falta de amparo jurídico para atuar: ‘Opa, tem uma ocorrência ali, mas é confusão, não vou me meter’. Então, esse é o questionamento que eu faço (…) Sou bastante refratário ao mecanismo”, disse.

O governador Rodrigo Garcia, que tem atribuições sobre a Polícia Militar no Estado, defende o equipamento. A assessoria do tucano afirmou que ele é “totalmente favorável” a manter o programa, se reeleito. Em entrevista ao programa Roda Viva no começo de julho, ele comemorou a redução da letalidade após a instalação das câmeras. “Nós estamos vivendo uma baixa letalidade policial em São Paulo. Temos várias ações da Polícia Militar com o uso de câmeras corporais que estão servindo para filmar os bandidos e proteger os policiais”, afirmou.